Noiva: Deixe-o beijar-me com os beijos de sua boca.O seu amor é mais agradável que o vinho; delicada é a fragrância de seu perfume,o seu nome é um óleo derramado, e é por isso que as virgens o amam.
Arraste-me em suas pegadas, vamos correr.
O Rei trouxe-me aos seus aposentos;
Você será nossa alegria e nossa satisfação. Deveremos exaltar o seu amor acima do vinho; como é justo amá-lo.
Analisaremos hoje a palavra perfume, inserida na frase: “delicada é a fragrância de seu perfume”.
O Perfume
Perfume é algo que sempre fascinou o ser humano. Uma das razões desse fascínio é que, por ser aspirado pelas narinas, vai direto aos pulmões que, por sua vez, envolvem o coração. De uma maneira misteriosa, o perfume leva uma vibração etérea ao nosso peito, que abriga o sentimento. Por isso, o perfume está diretamente ligado à nossa alma.
A alma pode exalar o perfume da alegria, da leveza, da compaixão, da força serena de quem recebe os golpes da vida com um sorriso. Pode exalar o perfume do Amor que tudo abraça ou pode emitir o odor desagradável da raiva, do ciúme, da inveja e da competitividade.
O Cântico dos Cânticos celebra o mais fino dos perfumes que é o perfume do Amor. Celebra, antes de tudo, o Amor pelo Ser, pelo privilégio de existirmos neste planeta, neste Universo magnífico. Amar o Universo que nos envolve, é pressentir algo que é invisível para os olhos, mas que um olfato refinado pode captar em momentos privilegiados: o perfume do Divino.
O Cântico dos Cânticos O Prólogo do Cântico dos Cânticos (1:2-4) diz:
A Noiva:
Deixe-o beijar-me com os beijos de sua boca.O seu amor é mais agradável que o vinho;delicada é a fragrância de seu perfume,o seu nome é um óleo derramado, e é por isso que as virgens o amam.Arraste-me em suas pegadas, vamos correr.O Rei trouxe-me aos seus aposentos;Você será nossa alegria e nossa satisfação.Deveremos exaltar o seu amor acima do vinho;como é justo amá-lo.
O perfume é a quintessência da natureza.
Na verdade, é extraído da alma da natureza, de sua parte invisível.
É como se as essências aromáticas sintetizassem, em suas fragrâncias, os mistérios de nossa grande Mãe. Por isso, ao deslizar por nosso olfato, o perfume nos encanta e nos eleva. Sem percebê-lo claramente, somos conduzidos, num átimo, a um outro mundo, a uma outra dimensão.
Esse curtíssimo espaço de tempo deixa uma marca em cada um de nós, uma impressão que toca aquilo que, em nós, é tão invisível quanto o perfume, mas tão sensível quanto ele ─ a nossa Alma, o nosso sentimento.
O sentido do perfume que aparece no Cântico dos Cânticos é, pois, o de instrumento de transporte para o mundo da nossa essência, para o mundo do nosso coração.
Todos nós ansiamos por levar uma vida menos mesquinha, menos agressiva, uma vida mais ampla, mais plena. O perfume de que fala o Cântico dos Cânticos é um símbolo usado para nos indicar o caminho para a plenitude com a qual sonhamos, pois nos comprova que, da mesma maneira que existem aromas invisíveis que nos deliciam, existe algo invisível em cada um de nós que nos delicia ─ a nossa Alma, a fonte de todos os encantos.
por PAULO A. S. RAFUL LAURO DE A. S. RAFUL em http://www.ogrupo.org.br/
É preciso levar em conta no texto acima que perfumes na antiguidade, eram sempre essências naturais = óleos essenciais. Nada sintético.