Noite de Sabor, Aroma e Magia!

Sábado passado, tivemos sarau na casa da minha amiga e bailarina Claudia Parolin, cheiro de flores pela casa e dos óleos essenciais de tangerina e ylang ylang no difusor e na pele das bailarinas, arguile com aroma de cereja (mas era de maça...), velas, almofadas, véus como cortinas, arranjo de rosas, pétalas no chão e ventres bailando. Saraus de dança do ventre são inebriantes!

Tava frio, e fui escalada para a cozinha como ajudante da amiga Déborah Klein, chef.
Além da cozinha estar mais que acolhedora, deliramos com tudo o que a Déb tinha preparado: entrada de mandala de maça com compota de quincán - do sítio da Déb, e salpicada de canela;  sopinha de abóbora com cardamomo (hum...); pastinhas de babaganuche com muito hortelã; tofu que ficou um delírio com azeitona verde e muita salsinha; o karkadeh mais maravilhoso que já bebi, e uma sobremesa divina, mini tortinha de massa de amaranto, creminho e delire... geléia de rosas ... preparada pela Déb, meu Deus/minha Deusa o que era AQUILO?

E pra arrematar um chá com especiarias e gostinho de gengibre, e mais compota de quincán no chá para tomar a colheradas...

Na cozinha, delirei em tudo, dei risada, passou por lá gente amiga... e conheci a pequena Esther, filha linda de uma querida. Crianças em sarau, vendo a dança ficam exuberantes, elas se entregam, batem palma, dançam, ficam com os olhinhos brilhando nos véus, na roupa e na alma da "bailalinda".... é sempre assim.... sempre....

Enfim, todo mundo sai diferente e mais feliz de um sarau desses!

Só aconteceu algo estranho... eu que me fartei de saborear tudo no sarau, à noite sonhava que puxava ratos pelo rabo, do meu estômago. E às 5 da manhã fui acordada por um leão faminto dentro no meu ventre... tive que levantar e acalmar a fera atacando a geladeira! Passei o domingo devorando t-u-d-o, confesso que é trash, mas me atiraria de boa num hamburgão. 

Bom, é verdade que eu andava injuriada por uma questão e meu plexo solar parecia até "roído", como o sonho descrevera. Mas no sarau... com todos os cheiros e presença do feminino e dentro da cozinha alquímica da Déb eis que acordou e se refez! Claro, que só me dei conta disso dias depois, quando consegui "parar" de comer! rs. Bom, nem sei se foi exatamente isso, sei que foi beeemmm providencial. A Cláu sempre me falou que quando ela começou na dança, tinha fome de leoa. Sem ter naquele dia dançado, mas só saboreado acho que entendi a fome que ela me descrevia. Talvez surja desses contrastes, da necessidade e providência "divinas"!

Dica da Sessão Pipoca: falando em comida, quem não assistiu filmes clássicos como os enigmáticos Festa de Babette e Como Água para Chocolate vá correndo ver. E desperte suas deusas lendo livros como Afrodite de Isabel Allende e outros como A Cozinha de Afrodite de Márcia Frazão, por exemplo.

Eu aqui tenho uma baita sorte de ter amigas como a Cláudia, a Déborah, a Taya (que promoveu um sarau no ínicio do ano que me fez chorar de emoção...) e todas as que se dispõem a dançar e a nos encantar. Mulheres essas que trabalham com encantos, beleza, dança, sabor, que alimentam a gente física e espiritualmente e promovem essas noites de pura alquimia!

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