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30 junho, 2011

Receitas - Dica


Gostei das receitas integrais do site da Mãe Terra, e do livro que pode ser baixado nesta página. As receitas parecem saborosas e pra lá de nutritivas !


Ah ! Vale conferir os artigos e demais dicas do site ! Ótimo.

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15 junho, 2011

Yin Yang - Compreendendo (1°/2 parte)


Por Milene Siqueira
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"No verdadeiro âmago de uma flor, de uma semente ou de um botão de folha, há um ponto do qual a energia emana e do qual o crescimento procede. Desse ponto, a semente brota, a flor desabrocha. Se você cortar uma maça ou um repolho pelo meio, pode ver que se propaga de um ponto central. Se examinar cuidadosamente a flor em botão a folha ao despontar, a semente, o fruto, ou a planta, e dissecá-los até chegar ao seu núcleo, encontrará... nada. Na verdade, há apenas uma coisa, uma energia, uma consciência, mas no momento de manifestar a si mesma torna-se yin e yang. Quando buscamos saúde e harmonia, tentamos achar esse ponto de equilíbrio entre yin e yang."
(Robert Tisserand)


Primeira parte: Compreendendo 
(Influência do patriarcado e o real sentido vibratório da polaridade) 

Yin e Yang, palavras do taoismo chinês que designam a dualidade energética.
Yin é atribuído ao feminino receptivo e Yang ao masculino projetivo, não quanto a fisiologia dos sexos, mas primordialmente como quantitativos energéticos complementares, pois tanto o homem quanto a mulher o possuem.
Yin contém Yang, Yang contém Yin, sempre. 

Equalizar essas energias dentro e fora de nós, seria harmonicamente : ora ceder, ora impor limites; ora iniciar, ora concluir; ora despertar, ora descansar... na constante contração (receber) e expansão (entregar). Se isto não acontece, o fluxo fica acelerado (yang) ou contido (yin).
Para exemplificar, imagine os ritmos e sistemas binários em nosso corpo como: respiração, pulsação, hemisférios cerebrais, glóbulos brancos e vermelhos, a imagem do DNA, etc.

Mas o descompasso é uma realidade, e é retratado até mesmo em épocas, e que moldam nossas condutas sociais:
Lá se passaram mais de três milênios, quando muitas culturas foram marcadas pelo domínio do feminino (o matriarcado-yin), período que é difícil retratar, pois os registros são tão antigos que restaram os arqueológicos, além do que a ideia era essa mesma: não deixar vestígios ou disfarçá-los... para a soberania patriarcal (yang). Mas, dos anos 60 para cá, estamos vendo o patriarcado enfraquecer em nossa cultura, e a uma década isso fica ainda mais evidente. Fato é o grande número de pessoas já administrando suas vidas sem depender diretamente de autoridade ou de patrão; no caso das mulheres é mais explícito, pois não se depende mais do "marido financeiro"; influencia na atualidade a disponibilidade tecnológica e o habitat  virtual, pois permitem maior autonomia e liberdade, é a era digital (binária); e o próprio crescimento da Internet, que até é considerada território feminino, mas não só pelo número de “yins” que “tecem redes” sociais, tem diários virtuais, se comunicam, enfim, que bem sabem “colher” nestes “sítios”...  mas porque a Internet e o lado yin, tem em comum a tal globalidade!

Embora muitos ainda pensem e vivam com uma ideia de domínio, ou de que agora seja a “revanche das mulheres” estamos é caminhando (ou melhor, engatinhando) e nos moldando a uma nova e melhor situação – que não deve ser mais de domínio unilateral, mas de união e equilíbrio dinâmico - só que tudo é ainda tão novo, que está mesmo só germinando! O que parece ser a “vez das mulheres” é a energia yin reverberando e que pode ser vista em homens também. As mulheres,  por sua vez, tem partilhado mais das suas qualidades yang (projeção, iniciativa), e daí que se destacam em território antes habitado somente por homens.

Mas, é claro que nisso tudo, tanto homens quanto mulheres estão perdidos ao terem ainda velhos padrões para funcionar em novos campos energéticos. É até curioso, mas muitos dizem que o tempo está passando mais rápido, se notarmos que tempo é yang e que espaço é yin, veremos que há bastante sentido na expressão popular!

Os homens, que viveram há poucos anos o rígido modelo patriarcal, eram liderança ou subordinados ao masculino, detinham o domínio como grupo de força projetiva, e então é normal que se sintam mais temerosos do que as mulheres - que vinham “driblando” a situação há um looooongo tempo. Se o yang de um homem que sempre foi dominante sobre seu yin, se vê com seu yang “rendido” fica fácil este se aventurar em jogos, traições e vícios como tentativa sombria de pertencer ao grupo, de reafirmar seu poderio yang -  atitudes inconscientes e das quais a mente precisa compreender os valores reais! Em nossa cultura, homens tem relatado em consultório medo desta “nova” mulher que impõe seus direitos, e tem sofrido mais de baixa autoestima e depressão, o que até pouco tempo era atribuído quase que exclusivamente às mulheres. Na verdade é a inabilidade com o seu yin, que foi “castrado” em todo o sistema patriarcal.
Lembrei-me agora de homens que há décadas atrás se suicidavam com armas de fogo (poder fálico) por derrota “patrimonial”...
Mas as mulheres também sofrem nessa transição onde não há muito conhecimento e lucidez - o que é compreensível pois é esta geração que tem reescrito a história que nossos ancestrais levaram anos para qualquer mudança significativa. Nesta recente inclusão feminina no mundo corporativo e competidor (yang), ou como “chefes” de família há uma tendência maior de ver mulheres com energia yang acentuada, o que as faz estarem com um maior domínio do intelecto sobre a intuição, excesso da valorização exterior, dificuldades com o lado receptivo, turbulências emocionais, e uma “dureza” sentimental e corporal.
Em muitas casas a ordem antes conhecida do homem como provedor se inverteu, e é sabido o grande número de mulheres que se sobrecarregaram de tarefas e que passaram a sustentar física e emocionalmente seus lares - aliás, uma boa parcela que apresenta quadros de endometriose representa claramente esse novo papel da provedora (yang), onde o endométrio se faz presente fora da sua região natural de expansão. A mulher pode sim prover, mas deve juntar a vibração oposta/complementar que é a de se conscientizar do mesmo sentido merecedor em receber (yin) (os homens que eram os provedores não tinham problemas, pois iam para casa receber: alimento, roupa lavada, casa arrumada, atenção, etc); a mulher pode exercer muitas atividades (yang), desde que dê atenção ao yin, que é o descanso/relaxamento proporcional. E claro que o mesmo vale para homens.

Da preocupação, queixas e do surgimento de muitas síndromes femininas, surgiu o resgate do sagrado feminino, o que ajuda, mas nem sempre conscientizam da importância dos pólos arquetípicos.
E da preservação da natureza depende fundamentalmente a presença do “feminino” - conservar, cooperar e sustentar são adjetivos YIN - e cuidar de nosso ar, águas, e das florestas que já foram suficientemente desbravadas (yang) é emergencial.
Assim como é preciso educar mais sabiamente nossas crianças que cuidarão deste planeta. Vejo muita confusão na educação, parece que quando educam excluem o amor, e que quando amam não educam. Educar é saber dizer sim e não, o que não exclui disto o amor que é principio único (sem dualidade). Num sentido geral, antes era tudo proibido, agora é tudo permitido, é preciso equalizar ! Criança quer saber até onde pode ir, e testa o limite dos pais para aprender os seus próprios.

E Deus criou o céu (yang) e a terra (yin)...
E da argila (terra) fez o homem (yang), e de uma de suas costelas fez a mulher (yin)...
Se yang é o impulso de energia, yin é a consolidação; se yang é dilatação, yin é a contração; se yang é pergunta, yin é a resposta. E então fica claro que para toda ação (yang) existe uma reação (yin), e compreende-se o axioma de que é dando (yang), que se recebe (yin).
Porém, antes de yang ser manifestação, yin é o não-manifesto. Portanto a inspiração, a intuição e a espiritualidade podem ser consideradas yin em relação a yang. Yin (terra) molda yang, e estará contida em yang (costela). Nossas inspirações (yin) precisam ser encarnadas (yang), e assim yin (res)surge, complementa. A percepção/mente intuitiva (yin) caminha um passo antes da mente racional (yang), que as ordena.
No simbolismo do Gênesis, parece que antes que existisse a pergunta, yin já era a resposta!

Abaixo alguns atributos de yin/yang:

  • Yang – masculino; provedor; foco/individual; competitivo; prático; extrovertido; vontade; força; mental; solar; construtivo; rápido; aterrador (conectado); quente.
  • Yin – feminino; receptivo; sistêmico/global; cooperativo; detalhista; introspectivo; sabedoria; resistência; intuitivo; lunar; instrutivo; paciência; oceânico (abrangente); frio.

O yang do homem e da mulher deve ser empreendedor, ativo e focadosem perder seu yin, que é sua sabedoria, globalidade e sensibilidade.

Para o “benefício” do patriarcado, tratou-se de interpretar escrituras milenares como o I Ching, atribuindo o yin a mulher e o yang ao homem, e fazer da mulher servidora do homem, isso causou prejuízo ao yin masculino e grande sofrimento às mulheres. Porém a interpretação chinesa real, segundo Fritjof Capra, não era essa:  “... os antigos chineses acreditavam que todas as pessoas, homens ou mulheres passam por fases yin e yang. A personalidade de cada homem e de cada mulher não é uma entidade estática, mas um fenômeno dinâmico resultante da interação entre elementos masculinos e femininos”.

Esta interação é fator importante e se dá por relatividade, por isso, o movimento deve ser dinâmico, é como uma dança, que oscila do ponto da nossa personalidade para com o ambiente, pessoas e situações. Se este ritmo é harmônico, o ponto de equilíbrio se mantém. Se isto não ocorre, uma energia pode ocupar um espaço  que não lhe é natural, havendo predomínio de uma sobre a outra (excesso), onde a vibração de yang será excessivamente acelerada ou de yin excessivamente contida, gerando deficiências e sobrecargas e não manifestando a potencialidade de cada uma, pois uma só se equilibra em função da outra, são antagônicas e interdependentes.

Yin está associado a contenção, abrangência e subjetividade. Yang à aceleração, restrição e objetividade: 

No homem ou na mulher, alguns sintomas de excesso de Yin são :
Acolhedor em excesso; dificuldade tomar iniciativa, decidir ; ideias confusas; dificuldade em separar eventos (emocional); dificuldades financeiras quando dependa de empreender; pode ser lento, melancólico e disperso; alienação; ambiente desorganizado, acumula muitas coisas; no corpo, facilidade em reter água e pele flácida; movimentos contidos; voz baixa, opina pouco; dependência ; depressão; adiamento; pessimismo; timidez; sonolência; alta sensibilidade; vida social ou familiar “árida”; pouca energia; doenças crônicas (implosão).

E do excesso de Yang :
Pode ser raivoso, explosivo e agressor; aceleração mental ; dificuldade em ver o todo (racional);  desconexão interna; corpo tenso, não relaxa, falta movimento harmonioso; otimismo eufórico, quer convencer; dita condutas; rigidez moral, e portanto são muito seletivos (tendência a racismo, especismo, etc); metódico; dorme pouco; voz alta e/ou fala ininterrupta, lança palavras sem ouvir o outro; movimentos extravagantes; exaltação; impaciência; vida social ou familiar “cheia”; ansiedade; muita energia; doenças agudas (explosão).

Em alguns excessos há um equilíbrio natural, se, por exemplo, há muita atividade (yang) é normal que precise-se dormir muito (yin), se uma pessoa está com predomínio de yang e não faz atividades tende a ter insônia, ou seja, precisa “gastar” yang (energia) para dormir bem ou usar elementos calmantes para compensar. E toda vez que uma vibração chega ao seu limite, transforma-se no seu oposto-complementar. Todos já ouvimos falar que depois da tempestade, vem a bonança. Ou de uma pessoa extremamente dócil (+yin) que “estourou” (yang). E é tudo equilíbrio ! Que claro, pode ser compreendido a tempo de que o excesso não ocorra. Normalmente não paramos para analisar o porque de uma atitude, e se há uma deficiência isso já faz parte da dificuldade pessoal - e quando o complementar aparece, é a natureza que de certa forma está se encarregando de nos ajudar a integrar/acolher, fazendo com que tenhamos mais compreensão e menos dificuldades !

Da boa permanência das uniões afetivas, também depende o bom equilíbrio yin/yang : “o casamento entre um homem e uma mulher depende de um outro casamento mais interior e definitivo : o casamento das forças yin e yang que também agem no interior de cada um dos sexos”( Ely Britto).
Uma das principais formas de aprender mais sobre nós e complementar nossa vibração é através dos relacionamentos. Mas com as mudanças sociais, a permanência das relações ficou instável, pois não prevalece tanto a dependência financeira ou a aparência social, que mantinha uniões no passado. Revela-se agora que a duração dependa de afinidades sentimentais e mentais com o parceiro(a), para que haja paralelamente o casamento mais importante que é o de cada um com sua própria divindade. O parceiro reflete seu interior no outro (complementando ao outro e a si próprio). E o que irá manter uma parceria é que após a atração, sejam cultivados o diálogo, compreensão, contato físico e a disponibilidade complementar, ou seja, que deem-se condições mútuas para que haja a integração.

Um dos hexagramas mais favoráveis do I Ching é o 8 original (Fu Hsi), quando o trigrama de K'un (terra/yin) está em cima e Ch'ien (céu/yang) em baixo, é o hexagrama da Paz, do encontro, dos movimentos que se complementam, é quando tudo prospera porque o céu está na terra ! 
A Integração dos “diferentes"... do nosso feminino e masculino, do potencial de nosso pai e mãe e de nossos ancestrais em nós, do inconsciente com o consciente, da vontade com a realização, do sagrado com o profano, da ciência com a filosofia, do som com o silêncio, da amada com seu amante... e tantos outros... será sempre a união alquímica, a pura potencialidade. 

referências :

- A Arte da Aromaterapia, Robert Tisserand
- O Ponto de Mutação, Fritjof Capra
- I Ching - Um Novo Ponto de Vista,  Ely Britto
- O Tarô Zen, de Osho  (Arcano XIV - Integração)


>Clique aqui para ler a segunda parte (Integrando - Aliados da harmonia).


Yin Yang - Integrando (2/2° parte)


Clique aqui para ler a primeira parte (Compreendendo - Influência do patriarcado e o real sentido vibratório da polaridade).

por Milene Siqueira
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"Podemos ver yin e yang nas mudanças das estações, na atmosfera, no ciclo das noites e dias. Podemos vê-los no crescimento das plantas; uma semente precisa de terra (yang) e água(yin) para se desenvolver. Da casca da semente um broto explode para fora e as raízes delicadas começam a crescer.  O movimento para cima (yin) do broto é equilibrado pelo movimento para baixo (yang) das raízes. Quando a muda brota da terra, o seu ambiente muda completamente. Está agora sob a influência do ar (yin) desenvolve folhas para fora (yang) e mais tarde botões (yin), e depois flores (yang) e frutos (yin). O fruto torna-se mais e mais maduro (yin) até finalmente cair na terra (yang) e o ciclo recomeça.” ( R. Tisserand )
   
Segunda Parte: Integrando
(Aliados da harmonia)

Encontrar o ponto de equilíbrio é tarefa constante, é desordem (yin) e ordem (yang), sem um, não há o outro.
"quanto maior a instabilidade, maior a possibilidade de novas formas de ordem" (Pedro Paulo Monteiro sobre Elya Prigogine). O maior problema não é o desequilíbrio em si, mas a falta de ritmo.
Yang que é força centrípeta (para o centro) e yin centrífuga (longe do centro), se não complementam-se em seus opostos, é feito movimentos que exaurem até que cheguem ao seu limite, quando alternam-se. Enquanto não percebemos e respeitamos o ritmo, podemos passar por longos períodos "dançando feio"..., por isso a observação é a "música"  que comanda o ritmo.
Sempre que há um excedente vibratório, a vibração oposta estará proporcionalmente prejudicada, insuficiente. A deficiência de yin ou de yang implica em que esta não foi reconhecida, valorizada, decodificada. Mas quando os valores começam a despertar no Ser, as "nuvens" igualmente começam a se dissipar, e a integração pode acontecer.

Fatores internos geram fatores externos e vice-versa, podemos ficar "animados", beneficiados por meio da alimentação, da respiração, terapias e dos óleos essenciais, por exemplo.

A respiração Yin Yang

"Se vivermos como respiramos, inspirando e soltando, não poderemos errar" (Clarissa P. Estés)

A respiração é a forma primordial de encontrar o ponto de equilíbrio. Deveríamos respirar plenamente levando energia para todas as partes do corpo, sugiro a leitura do texto Respiração Plena, que descreve como é a respiração sadia, profunda, que harmoniza as vibrações yin/yang. 
Aliado a respiração, estão os exercícios físicos, recomendo a leitura do livro Mente e Cérebro Poderosos, de Conceição Trucom, onde consta uma série de exercícios respiratórios e físicos que harmoniza, eliminando bloqueios do corpo emocional. Estas práticas faziam parte das ciências orientais e ocultas, mas que hoje estão a disposição do saber. Este livro, ajuda na compreensão e dá dicas para estimular as atividades dos aspectos lógico (yang) e intuitivo (yin) da mente, talvez a mais poderosa das integrações!

Alimentação Yin Yang

Depois da respiração, vem a alimentação, ajustando a dieta mais propícia a cada predominância. Pessoas com excesso de yang precisam aumentar o consumo de alimentos yin e vice-versa.

Outras terapias Yin Yang

O conhecimento milenar da dualidade, é a base da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), que detalhou e fez analogias aos 5 elementos e órgãos em nosso corpo. É a Medicina que trabalha no equilíbrio yin/yang, mantendo o bem estar e atuando na prevenção. 
Derivam do conhecimento yin/yang, o Feng Shui (harmonização ambiental), a Acupuntura, a Moxabustão, Do-In, Shiatsu, etc. Mas muitas outras terapias e filosofias com outros nomes, partem do mesmo embasamento do conhecimento da dualidade, e da atuação do tratamento de forma sistêmica. 

Óleos Essenciais Yin Yang

Entre os auxílios da natureza, temos o benefício através dos óleos essenciais.
Cada óleo essencial (oe) manifesta-se como yin ou yang, mas a classificação nem sempre é rigorosa, pois pode até ser considerada neutra como é o caso da lavanda em algumas teorias (em outras, não consta o quesito neutralidade); ou ser referida por gênero químico, que ressaltam as qualidades como sedativo ou estimulante; se o óleo é frio ou quente; parte da extração da planta ou seu desenvolvimento; e até outras teorias como cores, notas olfativas, taxa de evaporação, regência planetária, etc. Dessa forma, vemos um mesmo óleo com algumas divergências classificatórias, conforme o ponto de abordagem usado.

O maior valor deve se dar pela relatividade (mais importante a interação, do que pelo que se é).
Por possuírem a dualidade intrínseca, os oes irão colaborar na harmonia da maioria dos aspectos a serem tratados. Outra relevância é a afinidade olfativa, seremos naturalmente atraídos pelo aroma oposto-complementar, do que estiver em nós em maior grau. Yang atrai Yin e Yin atrai Yang (o que não equivale a noção ocidental de opostos). Trabalhar com a afinidade é sempre o primeiro passo !

Abaixo seguem algumas sugestões de óleos essenciais a escolher, mas antes, leia sobre uso e precauções.

Lavanda por sua ação equilibrante dos opostos, e hortelã-pimenta que embora fria (yin), também aqueça (yang) no frio e regula temperatura e humores, podem ser usados frequentemente.

Em excesso de Yin, se a intenção é :
  • aquecer : oes como canela ; cravo ; gengibre; alecrim.
  • ”aterrar”: gengibre ; patchouli; cedro; tomilho, manjericão, tea tree.
  • movimentar : alecrim; laranja ; limão; tangerina; eucalipto.
  • drenar : erva-doce/funcho ; cipreste ; junípero ; cítricos ; cedro ; eucalipto ; capim-limão ; gerânio.
  • dissipar o medo : gerânio; sálvia-esclaréia; tangerina; abeto.
  • aumentar a auto-estima : patchouli ; ylang ylang ; grapefruit.
  • ordem : tangerina;  laranja;  limão; hortelã-pimenta; hortelã-do-campo.
  • decisão : sálvia esclaréia; limão; lavanda; vetiver; patchouli.
  • dor nas pernas, varizes : capim-limão; tea tree; cipreste; hortelã-pimenta; limão.
Em excesso de Yang: 

São considerados todos os óleos relaxantes e sedativos, como :  camomila; ylang ylang; rosa; bálsamo do peru; pau-rosa; palmarosa; abetos/pinheiros.
  • meditação e espiritualidade : olíbano; breu; cedro; sândalo; lavanda.
  • rigidez muscular/flexibilidade : olíbano; tea-tree; vetiver; turmérico
  • receptividade : ylang ylang; jasmim; rosa; palmarosa.
  • contratura muscular : alecrim; lavandim.
  • insônia : lavanda; camomila; tangerina; manjerona; ylang ylang.
  • raiva : camomila; gerânio; hortelã-pimenta.
  • ansiedade : bergamota; camomila; lavanda; manjerona; tangerina; gerânio.
  • controle da fala e da expressão: cipreste; erva-doce/funcho.
  • hipertensão : lavanda; capim-limão; ylang-ylang; manjerona.
Alguns óleos com dominância :
yin : rosa; ylang-ylang; cipreste; camomila.
yang : tomilho; alecrim; limão; cravo; canela; patchouli; vetiver; olíbano; breu.

Conexão Corpo

"Tudo o que o mundo pode dar-vos é um corpo - 
uma arca para navegar pelo mar da vida dual" (M. Naimy)

"na medida em que nos retiramos para nossas mentes, esquecemos como "pensar" com nossos corpos, de que modo usá-los como agentes de conhecimento" (F. Capra)
Todos as dicas listadas acima (alimentação, respiração, terapias, óleos essenciais) visam a estabelecer conexão entre o corpo sensorial (yin) e o corpo mental (yang). Poderemos então "pensar" além da mente,  sermos "tocados", sentindo primeiramente e adentrar no fluxo coerente... "ser, sentir, pensar...".

Estar presente em cada ação, não deixando a mente vagar é saúde mental !
A consciência do corpo interior nos mantém no presente. Quando estamos "enraizados" dentro de nós, a ansiedade desaparece, o passado fica pra trás : "...o corpo interior está na fronteira entre a forma e a essência, que é a sua verdadeira natureza"(E.Tolle). 

Sermos harmonicamente dinâmicos, traduz em nosso bem estar, de quem convive conosco, da sociedade, enfim da nossa presença, dinamizando os aspectos do Ser em plenitude. Devemos cuidar das nossas emoções, fazer prevalecer o sentimento, respeitar as diferenças. 

"A dualidade é uma fricção constante; e a fricção dá a ilusão de duas superfícies que se opõem, inclinadas à autodestruição. Em verdade, os opostos aparentes estão completando-se, preenchendo-se e trabalhando de mãos dadas por um só objetivo - a paz perfeita, a unidade e o equilíbrio da Sagrada Compreensão." 
(M. Naimy)

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Referências:
- A Arte da Aromaterapia, Robert Tisserand
- Quem Somos Nós ? O Enigma do Corpo, Pedro Paulo Monteiro
- Mulheres que Correm com os Lobos, Clarissa Pinkola Estés
- www.docelimao.com.br (Conceição Trucom)
- O Ponto de Mutação, Fritjof Capra
- O Poder do Agora, Eckhart Tolle
- O Livro de Mirdad, Mikhaïl Naimy

Saiba mais sobre Óleos Essenciais : www.aromarte.com.br

10 junho, 2011

Respiração Plena

RELAÇÃO ÍNTIMA ENTRE RESPIRAR E SENTIR:
A maioria das pessoas tem a respiração superficial e inadequada, inibição essa que data desde a  infância, época em que a criança  desenvolve o hábito de segurar a respiração para parar de chorar, em que contrai os ombros para trás e endurece o peito para conter a raiva, apertando a garganta para impedir-se de gritar. A respiração profunda libera sentimentos e sensações que normalmente causam medo quando vividos. 

A respiração completa traz profunda sensação de bem-estar.
Uma respiração deficiente afeta o funcionamento de todos os outros sistemas de nosso organismo.
Os orientais dizem que a vida não se mede pelo tempo, mas pelo número de respirações. A todo o ser vivo é dado um número de respirações. Quando este número se esgota, a vida acaba.
Assim o cão, um animal de respiração rápida, vive muito menos tempo que o elefante, que respira de forma lenta. Mas ao final da vida de ambos, se contássemos quantas vezes um e outro respirou, chegaríamos ao mesmo número.
A respiração é diretamente ligada às emoções. A cada emoção corresponde um tipo e ritmo respiratório. Quando uma pessoa está relaxada, sua respiração é suave, lenta e profunda. Se ela fica nervosa, ou irada, sua respiração se torna pesada, rápida e curta. É por isso que “a vida se mede pelo número de respirações”. Uma pessoa verdadeiramente equilibrada teria uma perspectiva de vida mais longa do que a nervosa, que se descontrola frequentemente, excitando sua respiração e todo o seu organismo de uma maneira desordenada.
Da mesma forma as emoções agem sobre a respiração, a respiração age sobre as emoções.

Controlando nossa respiração, controlamos também nossas emoções.
Por isso, quando estamos tensos, nervosos e queremos nos acalmar, respiramos fundo. Para o oriental a respiração é a “ponte entre a matéria e o espírito”, entre o corpo e a consciência. “Cada vez que inspiramos, renascemos e, a cada expiração é uma pequena morte”. Algumas pessoas sentem falta de ar simplesmente porque não exalam completamente. Exalar é relaxar.

Respirar plenamente intensifica sentimentos e sensações.

Respiração yang
respiração torácica é essencialmente yang. Observada em pessoas que tendem a respirar utilizando mais os músculos intercostais,  (expansão lateral do tórax) movimentando o tórax mas mantendo o diafragma e a região abdominal imobilizados.
É superficial, já que não passa do tórax. É tipicamente masculina - caracteriza o tipo atlético (tórax inflado e abdômen contraído), ativo, extrovertido, agressivo. 
Essas pessoas apresentam a área inferior do tronco rígida, os movimentos pélvicos reprimidos (quadril duro). Essa tensão nas regiões pélvica e abdominal reduz muito as sensações nessas áreas do corpo, incluindo as sexuais. Pode ocasionar problemas digestivos.
Concentra a energia nos ombros e pescoço, aumentando a tensão que facilmente se acumula na região cervical.

Respiração yin
A respiração abdominal é essencialmente yin. Observada em pessoas que utilizam parcialmente o diafragma, fazendo com que a parte superior do abdômen se expanda e se contraia, mas mantendo o tórax rígido. A respiração aqui ocorre através da expansão vertical da cavidade torácica. Essa maneira de respirar é chamada de abdominal, e quem a faz tem a barriga mais dilatada e a caixa torácica rígida, às vezes, subdesenvolvida.
Caracteriza as pessoas mais passivas, intelectuais, introvertidas, apresentam menos vitalidade física.
Têm tendência a problemas respiratórios e circulação deficiente nas extremidades do corpo.

A respiração sadia
A respiração é sadia, plena e profunda, quando expande a cavidade torácica vertical e lateralmente, mobilizando totalmente o diafragma, tórax e abdômen. Profunda porque seus movimentos atingem o tandiem (centro energético situado no baixo-ventre) e os órgãos genitais, com a própria pelve se movendo para frente e para trás. É a respiração natural, observada nas crianças pequenas e nos animais, e que leva energia para todas as partes do corpo. Qualquer restrição no fluxo respiratório pleno quebra a unidade do corpo, prejudicando seu desenvolvimento, causando tensões e distúrbios orgânicos, diminuindo a vitalidade e limitando a expressão física e emocional.

Experimente sua respiração
Deite-se em decúbito ventral (barriga para baixo), coloque sua mão esquerda sob o ventre, polegar na linha do umbigo, e, a sua mão direita, sobre o tórax, na linha dos mamilos. Sinta sua respiração. Observe aonde ela vai e onde ela não alcança. Comece a aprofundá-la. Primeiro exale, soprando suavemente todo o ar para fora.
Agora inspire, enchendo totalmente de ar o tórax e abdômen e, em vez de exalar, faça o movimento de inspiração mais três vezes, tentando forçar mais ar para dentro. (esse exercício serve para soltar o diafragma).
Prenda o ar por cinco segundos, então exale. Sopre completamente o ar para fora, terminando com uma pequena contração da musculatura abdominal. Repita essa seqüência por mais algumas vezes.
Continue respirando profundamente, mas agora de forma normal, sem forçar a inalação após ter preenchido o corpo de ar.
Você deve sentir em suas mãos uma onda percorrendo a parte da frente do seu corpo. Se sua respiração for do tipo yang, ao inalar você vai preencher primeiro o tórax, depois o abdômen, formando uma onda que nasce da parte superior do corpo.
No tipo yin, essa onda acontece no sentido inverso, primeiro dilata o abdômen, depois o tórax. Não importa muito de onde comece a sua onda, o objetivo aqui é despertar o corpo e a consciência para uma respiração mais completa. Respirando com o corpo todo, harmonizamos nossa energia e nos sentimos revitalizados. E com os músculos da respiração mais soltos, respirar se torna um profundo prazer.

Desenvolvendo a capacidade respiratória
Em pé, com os pés na medida dos ombros, joelhos levemente flexionados, levante seus braços,  cruze os dedos das mãos por trás da nuca.
Sopre fortemente o ar para fora, contraindo bem o abdômen, por três vezes, forçando a uma exalação completa.
Agora inspire profundamente, preenchendo o tórax e abdômen, inclinando levemente o corpo para trás.
Sem soltar as mãos, relaxe os braços e ombros, de modo que o peso dos braços abra o tórax. Permaneça nessa posição com o ar preso por durante cinco segundos.
Retorne à posição ereta e solte o ar. Repita a seqüência toda por cinco vezes

texto do site : www.terapiathao.com