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26 fevereiro, 2014

CNV - Escutar por entre as palavras


Palavras são Janelas

Sinto-me tão condenada por suas palavras
Tão julgada e dispensada.
Antes de ir, preciso saber:
Foi isso que você quis dizer?
Antes que eu me levante em minha defesa,
Antes que eu fale com mágoa ou medo,
Antes que eu erga aquela muralha de palavras,
Responda: eu realmente ouvi isso?
Palavras são janelas ou são paredes.
Elas nos condenam ou nos libertam.
Quando eu falar e quando eu ouvir;
Que a luz do amor brilhe através de mim.
Há coisas que preciso dizer,
Coisas que significam muito para mim.
Se minhas palavras não forem claras,
Você me ajudará a me libertar?
Se pareci menosprezar você,
Se você sentiu que não me importei,
Tente escutar por entre as minhas palavras 
Os sentimentos que compartilhamos.

Ruth Bebermeyer


Uma amiga me emprestou o livro Comunicação Não-Violenta - Técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais de Marshall B. Rosenberg - editora Agora. Curioso que foi justamente num dia onde eu respondi de forma amável a uma interrogação 'violenta', então deve ter vindo como presente-confirmação aos meus bons modos deste dia!
O tema parece bem conhecido, há aulas e grupos de estudo e treinamento sobre a CNV. Eu não o conhecia até então. Antes de escrever aqui, vi que há também vídeos no YouTube.

O livro é bom, mas é excelente a ideia que apresenta! Tanto tempo, tantas línguas que se falam, tantas palavras para definir uma mesma coisa, mas ainda não sabemos nos comunicar, não sabemos ler entre as entrelinhas, não escutamos por entre as palavras... 
O autor define que uma má comunicação tem como resultado a violência.

Segundo Marshall há 4 componentes básicos para uma boa comunicação: observação/sentimento/necessidades/pedido.

-Observar o que de fato está acontecendo numa situação com isenção de julgamento (culpa, insulto, depreciação, rotulação, crítica, comparação e diagnósticos).
-Identificar como nos sentimos ao observar aquela ação.
-Reconhecer quais de nossas necessidades estão ligadas aos sentimentos que estão ali.
-Com estes 3 itens claros, formular o pedido, pontuando com clareza ao outro/especificando o pedido.

Se tivéssemos sido criados falando uma linguagem que facilitasse exprimir compaixão, teríamos aprendido a articular diretamente nossas necessidades e nossos valores, em vez de insinuarmos que algo é ou está errado quando eles não são atendidos. Por exemplo, em vez de a violência é ruim, poderíamos dizer "tenho medo do uso da violência para resolver conflitos; valorizo a resolução de conflito por outros meios".

E trata do poder da empatia que é estar presente, sem oferecer conselhos, mas ouvindo as necessidades do outro. E eu diria que isso é fun-da-men-tal!

Podemos apreciar problemas de comunicação todo santo dia. Há brigas, discórdias, e a coisa vai se tecendo sem olhar o que de fato a outra pessoa está sentindo (o que talvez nem ela mesma saiba com clareza, mas que com o olhar ao outro é possível sim saber, ou pelo menos sentar e conversar a respeito para descobrir!). 
É preciso educar o olhar, educar o ouvido, enfim todos os sentidos! E a CNV é uma destas propostas. 

Gostei especialmente de uma parte onde o autor estava palestrando sobre a CNV na Cisjordânia aos muçulmanos palestinos, onde americanos não eram bem vistos pelo fato dos EUA estarem fornecendo armas a Israel. Iniciou um tumulto e um homem começou a gritar "assassino" repetidamente. Marshall, então se aproximou para dialogar com o palestino, fazendo-o com que ele expressasse toda sua dor por quase vinte minutos, conta. E finaliza assim:

"...eu procurando escutar o sentimento e a necessidade por trás de cada frase. Não concordei nem discordei. Recebi as palavras dele não como ataques, mas como presentes de outro ser humano que estava disposto a compartilhar comigo sua alma e suas profundas vulnerabilidades.
Uma vez que se sentiu compreendido, o homem foi capaz de me ouvir explicar o motivo de eu estar naquele campo. Uma hora depois, o mesmo homem que havia me chamado de assassino estava me convidando para ir a sua casa para um jantar de ramadã"

Bem, o livro tem mais conteúdo e exercícios para colocar em prática a CNV!



19 fevereiro, 2014

O Poder da Vulnerabilidade

Minha intenção não era falar deste assunto agora... Queria fazê-lo depois de ler o livro em questão "A coragem de ser imperfeito", mas contei à uma amiga e ela comprou e vai me emprestar e estou esperando-o... Então possivelmente volto a falar sobre.
Mas pelo vídeo já tem um tantão de informação bacana, um tantão de reflexão. 
O quanto antes cobramos de nós 'menos perfeição' e 'mais vulnerabilidade' tanto melhor! E pra isso é preciso se livrar dos conceitos 'elaborados' que nós mesmos o temos acerca de nós próprios, da comparação, da vergonha... e isto puxa... rende assunto!

Ando percebendo com lentes de aumento como gente tem medo de gente! Das opiniões, de destruir uma 'imagem', de ser diferente, isto tudo se resume na tal vulnerabilidade (o ser indefeso, subestimado...) perante o outro (qualquer outro: o filho, a criança, o chefe, o marido, a amiga, etc). E se existe tal 'vergonha', do outro lado escapa a violência, em forma de mostrar a exaltação em forma de superioridade!

Já fui refém do outro também, e vejo hoje o tamanho da cilada! 
É... a consciência muda tudo e faz um tempo que baixei a % da tal cobrança pela perfeição sobre euzinha... E aí de quebra os outros também ganham sendo lindamente imperfeitos!

E dá-lhe óleos essenciais como limão, para conscientizar os 'militares' que nos habitam e conscientemente libertá-los! Patchouli, boa pedida para ficar no estilo "tô nem aí", mas com responsa de si!




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15 fevereiro, 2014

Efeitos das pílulas anticoncepcionais + traição do olfato!

Há um tempo atrás li este post traduzido da australiana Alexandra Pope sobre os efeitos secundários do uso de pílulas anticoncepcionais, e como reflexão fiquei pensando o quanto a mulher realmente saiu perdendo x "a que ganho?". 
Embora que necessária num grande contexto planetário, todo abuso leva ao prejuízo e já passou da hora de questionar seus usos... 50 anos já é tempo demais, né...

As mulheres deixaram de ter controle sobre seus ciclos e o "terceirizou" para a indústria farmacêutica...
Quando compartilhei com algumas amigas, algumas que haviam deixado a pílula relataram ter sido a melhor coisa que fizeram! 

E hoje em dia está até mais fácil para quem tem fluxo regular, dá para baixar aplicativo grátis no smartphone de calendário menstrual, anotar seu período e até seus humores, além de ficar atenta aos dias ovulatórios. E no mais, é preciso gastar um tempinho e se informar a respeito de como gerir nossa fertilidade, voltando a se apropriar do nosso ritmo! O próprio link que mencionei - o Balaio de Madre - dá boas dicas, tratando do assunto.
Hoje lendo Qual é a Doença do Mundo? de Rüdiger Dahkle vi este trecho referindo-se ao olfato, e tá aí mais uma boa razão para refletir no uso-abuso das pílulas!


"... assim os pesquisadores constataram que a pílula anticoncepcional conduz as mulheres pelo caminho errado no que se refere à escolha do parceiro. Sabe-se que a evolução desenvolveu um sistema que as leva a rejeitar os homens geneticamente muito parecidos com elas em determinados pontos. Para o seu olfato, fedem literalmente. Mas, graças à pílula anticoncepcional, que simula uma situação comparável à da gravidez, elas se sentem atraídas justamente por esses homens. À parte o fato de que tal intervenção supostamente pequena anula as precauções tomadas pela evolução no que tange aos hormônios, é fácil imaginar as consequências quando a mulher deixa de tomar a pílula porque o casal resolveu ter um filho. Pouco a pouco, sua situação hormonal volta ao natural, e é possível que isso a leve simplesmente a não tolerar mais o cheiro do marido. É claro que ela porá a culpa no coitado e fará todo tipo de projeções. Na realidade, a única coisa que fez foi deixar de tomar a pílula, coisa que alterou sua bioquímica e, assim, o que ela sentia por ele."