Sagrado e Profano
Conta um conto milenar que o semideus Hércules teve de passar por 12 grandes provas – cada signo do zodíaco – para aprender sobre sua natureza divina. Na oitava, precisou enfrentar um monstro de nove cabeças (só que surgiu uma décima, imortal). E, cada vez que ele tentava cortar uma das cabeças, duas outras cresciam no lugar! Hércules, por fim, consegue vencer o monstro no momento em que se ajoelha perante ele e o tira do solo elevando-o à LUZ. Hoje, talvez, não nos sintamos tão heroicos assim, afinal, já não há bestas e dragões por aí. No entanto, enfrentamos monstros enfurecidos todos os dias. A grande questão é a tal cabeça imortal, que representa a realidade da morte e de onde surgem todas as outras cabeças. É no momento em que descobrimos que um dia morreremos que nos tornamos diferentes de todos os outros reinos da natureza, nos reconhecemos humanos e passamos a nos sentir ameaçados pelo tempo. É nesse momento também que percebemos que absolutamente tudo está à nossa disposição. E então, o que acontece? Nos percebemos nus, nos envergonhamos e criamos regras que nos dizem o que podemos ou não utilizar do que foi oferecido. Nascem o Profano e o Sagrado e, com eles, surgem nove cabeças da besta: sexualidade, que diz para a morte que ela nunca vai vencer, (já que há procriação); o dinheiro, que garante a ilusão de ganhar mais tempo; o controle, que nos leva a manipular o outro; o orgulho, que não permite discernimento; a separatividade, que nos coloca na solidão das grandes certezas; a desconfiança que não permite enxergar a inocência; a ambição, que nos faz insatisfeitos; o ódio, que nos torna amargos; e o medo da luz própria, que nos faz parar nas mágoas do passado para não assumirmos responsabilidades sobre nossos talentos.
Olhando assim, parece até que tudo é profano e gera dor, mas ouso dizer que só é profano aquilo que não é feito com AMOR. Ame tua sexualidade que ensina sobre o prazer de saber-se humano, honre o dinheiro que vem do trabalho que te faz sentir vivo, controle pensamentos e palavras para que sejam mensageiros da sua verdade, orgulhe-se de seus talentos, confie no bem que te habita, conheça-te a ti mesmo, coma um brigadeiro, adoce sua vida, brinque! E doe ao mundo aquilo que é único em ti. Será que conseguimos?
por Fernanda Zanini para a Bons Fluidos
*
Páginas
▼
22 outubro, 2018
20 setembro, 2018
Temperança na Mesa
Temperança : Virtude que se põe na mesa
Sonia Hirsch
Ando às voltas com a idéia de temperança, palavrinha simpática que tem a mesma raiz de tempero, sem o qual a vida fica muito sem graça. Mas também não pode ter demais. Deu para ver a delicadeza da questão? O bacalhau vem salgado, põe-se de molho para tirar o sal, depois se acrescenta um pouco de sal de novo, ele fica ótimo, e essa é a arte de temperar.
Temperam-se também coisas incomíveis, como o aço, liga de ferro e carbono que vai ao fogo até ficar candente e depois é mergulhada em água fria para ganhar sua famosa têmpera. Idem com o vidro temperado, duro e difícil de quebrar.
Do clima se diz que é temperado quando há nitidez na diferença entre as estações do ano. A música que mais ouvimos é produzida no sistema temperado, em que a escala musical tem intervalos bem determinados. E de uma pessoa que dá chiliques por qualquer coisa se diz que é destemperada, ou tem mau temperamento.
Mas meu caso é mesmo com a comida, essa experiência diária de prazer e satisfação que também precisa de tempero, não o dos vidrinhos, mas o da consciência. Por exemplo, para comer só a quantidade adequada à necessidade do momento.
Comer demais é uma das maiores burrices da vida, além de ser também um desperdício: sobrecarrega a digestão, entorpece a mente, engorda, prende o intestino, vira doença. Às vezes é vício – nem existe propriamente fome, mas uma enorme, imensa, incontrolável vontade de comer. Às vezes é apenas desejo de viver coisas gostosas, como a sensação do chocolate derretendo na boca ou o croccroc das batatas fritas, uma após a outra, até o pacote acabar. E a indústria de alimentos, ou antialimentos, não tem dó: junta o chocolate com um recheio crocante que só começa a satisfazer depois de comer vários pedacinhos – cinco, seis, dez e por que não a caixinha toda?
TUDO EM SUA MEDIDA
Com bebidas o excesso também é fácil. Mesmo sem desejo, nos restaurantes há um comportamento automático de pedir algo para beber, geralmente com gás, sabor e/ou álcool, acompanhando a comida. Todos os médicos, nutricionistas e pessoas de bom senso sabem que isso não convém, atrapalha o suco gástrico, dificulta a digestão, mas o garçom chega sorridente perguntando o que se vai beber, e a resposta quase nunca é não. E se é, ele devolve a pergunta muito espantado: nadinha?!
Em busca de iluminação no assunto, leio o capítulo sobre temperança no Pequeno Tratado das Grandes Virtudes, do filósofo contemporâneo André Comte-Sponville (ed. Martins Fontes). Começa bem, dizendo que não se trata de não desfrutar nem de desfrutar o menos possível, já que isso não seria virtude, mas tristeza, não temperança, mas ascetismo, não moderação, mas impotência. Trata-se de desfrutar melhor. “A temperança, que é a moderação nos desejos sensuais, é também a garantia de um desfrutar mais puro ou mais pleno. É um gosto esclarecido, dominado, cultivado.” Em vez de escravos, passamos a ser senhores de nossos prazeres, diz ele. E quem desfruta com liberdade também desfruta da própria liberdade, ao passo que o intemperante é prisioneiro de seus desejos ou hábitos, de sua força ou sua fraqueza.
Cita um grande pensador do século 17, Baruch Spinoza, para quem é próprio dos sábios usar as coisas da natureza e ter nisso o maior prazer possível, mas sem chegar ao fastio, o que não é mais ter prazer. E coloca a temperança como um meio para a independência, assim como essa é um meio para a felicidade:“Ser temperante é poder contentar-se com pouco. Mas não é o pouco que importa: é o poder, e é o contentamento”.
Aprendo que não é o corpo que é insaciável. A falta de limites dos desejos é que nos condena à insatisfação, à falta, à infelicidade, como uma doença da imaginação. Se tivermos sonhos maiores que a barriga, vamos censurá-la pela sua pequenez, diz Sponville. Em vez disso, os sábios estabelecem limites. Minha mãe, que era sábia, dizia: do bom, pouco.
Fica então a proposta na minha cabeça: unir dieta e liberdade, bons hábitos e grandes prazeres, o útil e o agradável. E que os santos comilões me ajudem.
A jornalista e pesquisadora Sonia Hirsch é autora de livros sobre culinária natural, alimentação e saúde.
Sonia Hirsch
Ando às voltas com a idéia de temperança, palavrinha simpática que tem a mesma raiz de tempero, sem o qual a vida fica muito sem graça. Mas também não pode ter demais. Deu para ver a delicadeza da questão? O bacalhau vem salgado, põe-se de molho para tirar o sal, depois se acrescenta um pouco de sal de novo, ele fica ótimo, e essa é a arte de temperar.
Temperam-se também coisas incomíveis, como o aço, liga de ferro e carbono que vai ao fogo até ficar candente e depois é mergulhada em água fria para ganhar sua famosa têmpera. Idem com o vidro temperado, duro e difícil de quebrar.
Do clima se diz que é temperado quando há nitidez na diferença entre as estações do ano. A música que mais ouvimos é produzida no sistema temperado, em que a escala musical tem intervalos bem determinados. E de uma pessoa que dá chiliques por qualquer coisa se diz que é destemperada, ou tem mau temperamento.
Mas meu caso é mesmo com a comida, essa experiência diária de prazer e satisfação que também precisa de tempero, não o dos vidrinhos, mas o da consciência. Por exemplo, para comer só a quantidade adequada à necessidade do momento.
Comer demais é uma das maiores burrices da vida, além de ser também um desperdício: sobrecarrega a digestão, entorpece a mente, engorda, prende o intestino, vira doença. Às vezes é vício – nem existe propriamente fome, mas uma enorme, imensa, incontrolável vontade de comer. Às vezes é apenas desejo de viver coisas gostosas, como a sensação do chocolate derretendo na boca ou o croccroc das batatas fritas, uma após a outra, até o pacote acabar. E a indústria de alimentos, ou antialimentos, não tem dó: junta o chocolate com um recheio crocante que só começa a satisfazer depois de comer vários pedacinhos – cinco, seis, dez e por que não a caixinha toda?
TUDO EM SUA MEDIDA
Com bebidas o excesso também é fácil. Mesmo sem desejo, nos restaurantes há um comportamento automático de pedir algo para beber, geralmente com gás, sabor e/ou álcool, acompanhando a comida. Todos os médicos, nutricionistas e pessoas de bom senso sabem que isso não convém, atrapalha o suco gástrico, dificulta a digestão, mas o garçom chega sorridente perguntando o que se vai beber, e a resposta quase nunca é não. E se é, ele devolve a pergunta muito espantado: nadinha?!
Em busca de iluminação no assunto, leio o capítulo sobre temperança no Pequeno Tratado das Grandes Virtudes, do filósofo contemporâneo André Comte-Sponville (ed. Martins Fontes). Começa bem, dizendo que não se trata de não desfrutar nem de desfrutar o menos possível, já que isso não seria virtude, mas tristeza, não temperança, mas ascetismo, não moderação, mas impotência. Trata-se de desfrutar melhor. “A temperança, que é a moderação nos desejos sensuais, é também a garantia de um desfrutar mais puro ou mais pleno. É um gosto esclarecido, dominado, cultivado.” Em vez de escravos, passamos a ser senhores de nossos prazeres, diz ele. E quem desfruta com liberdade também desfruta da própria liberdade, ao passo que o intemperante é prisioneiro de seus desejos ou hábitos, de sua força ou sua fraqueza.
Cita um grande pensador do século 17, Baruch Spinoza, para quem é próprio dos sábios usar as coisas da natureza e ter nisso o maior prazer possível, mas sem chegar ao fastio, o que não é mais ter prazer. E coloca a temperança como um meio para a independência, assim como essa é um meio para a felicidade:“Ser temperante é poder contentar-se com pouco. Mas não é o pouco que importa: é o poder, e é o contentamento”.
Aprendo que não é o corpo que é insaciável. A falta de limites dos desejos é que nos condena à insatisfação, à falta, à infelicidade, como uma doença da imaginação. Se tivermos sonhos maiores que a barriga, vamos censurá-la pela sua pequenez, diz Sponville. Em vez disso, os sábios estabelecem limites. Minha mãe, que era sábia, dizia: do bom, pouco.
Fica então a proposta na minha cabeça: unir dieta e liberdade, bons hábitos e grandes prazeres, o útil e o agradável. E que os santos comilões me ajudem.
A jornalista e pesquisadora Sonia Hirsch é autora de livros sobre culinária natural, alimentação e saúde.
04 abril, 2018
Correios - Atrasos
Desde o Natal de 2017, tem havido um percentual incomum de casos com atrasos dos Correios, principalmente na região do estado do RJ.
Assim que o pedido é aprovado é providenciado o envio, o que na maioria segue no dia, ou não demora mais que 1 dia útil pós aprovação, exceto por algum problema em que notificamos por e-mail.
À partir dai... solicitamos a cada cliente que acompanhe seu pedido, de preferência via aplicativo e nos comunique de atrasos para abertura de chamada nos Correios (o que infelizmente tem ajudado pouco na agilização da entrega, a maioria tem retornado após 5 dias com adiamento de prazo).
Nosso intuito é oferecer bem estar às pessoas e não causar stress. Por isso, enquanto a situação dos Correios não regulariza, pedimos que tenham paciência, sem ansiedade na espera daquilo que foge do nosso controle!
Não é de nossa responsabilidade direta o trânsito dos produtos, já que nenhum usuário dos Correios, tem controle sobre o serviço dos Correios.
Raros são os casos notificados de roubo ou extravio, estes são sempre avisados pelos Correios, e providenciado reenvio ou devolução financeira.O que tem havido é realmente atraso.
E felizmente não é o caso da maioria - a maioria é entregue dentro do prazo ou com atraso máximo de 2 dias. O que nos faz continuar acreditando e torcendo por melhoras nos serviços que os Correios prestam a milhares de brasileiros.
E qualquer dúvida, ficamos à disposição!
aromarte@aromarte.com.br
*
08 março, 2018
Sem esforço
Entregue a sua existência à própria existência.
Pare de nadar.
Abandone o impulso de salvar-se.
Faça-o agora.
Eu estou aqui observando.
Não entretenha o pensamento,
“Não! Eu não posso! Eu não posso rejeitar o esforço!”.
É isso que cria o sofrimento.
Ao deixar ir, deixar ser,
existe paz, silêncio e clareza
que surge do completo abandono.
Deixe a vida ser.
Mooji ॐ
*
14 fevereiro, 2018
A matrix...
_________
"Uma nova classe de pessoas deve surgir até 2050: a dos inúteis"
Com o avanço da inteligência artificial, Yuval Noah Harari, autor de ‘Sapiens’, prevê que muitos profissionais não apenas ficarão desempregados, como também não serão mais empregáveis.
Com o avanço da inteligência artificial, os humanos serão substituídos na maioria dos trabalhos que hoje existem. Novas profissões irão surgir, mas nem todos conseguirão se reinventar e se qualificar para essas funções. O que acontecerá com esses profissionais? Como eles serão ocupados? Yuval Noah Harari, professor da Universidade Hebraica de Jerusalém e autor do livro Sapiens – Uma Breve História da Humanidade, pensa ter a resposta.
Em artigo publicado no The Guardian, intitulado O Significado da Vida em um Mundo sem Trabalho, o escritor comenta sobre uma nova classe de pessoas que deve surgir até 2050: a dos inúteis. "São pessoas que não serão apenas desempregadas, mas que não serão empregáveis", diz o historiador.
De acordo com Harari, esse grupo poderá acabar sendo alimentado por um sistema de renda básica universal. A grande questão então será como manter esses indivíduos satisfeitos e ocupados. “As pessoas devem se envolver em atividades com algum propósito. Caso contrário, irão enlouquecer. Afinal, o que a classe inútil irá fazer o dia todo?”.
Uma das possíveis soluções, apontadas pelo professor, são os games de realidade virtual em 3D. “Na verdade, essa é uma solução muito antiga. Por centenas de anos, bilhões de humanos encontraram significados em jogos de realidade virtual. No passado, chamávamos esses jogos de ‘religiões’”, afirma Harari. “Se você reza todo dia, ganha pontos. Se você se esquece de rezar, perde pontos. Se no fim da vida você ganhou pontos o suficiente, depois que morrer irá ao próximo nível do jogo (também conhecido como céu)”.
Mas a ideia de encontrar significado na vida com essa realidade alternativa não é exclusividade da religião, como explica o professor. "O consumismo também é um jogo de realidade virtual. Você ganha pontos por adquirir novos carros, comprar produtos de marcas caras e tirar férias fora do país. E, se você tem mais pontos que todos os outros, diz a si mesmo que ganhou o jogo”.
Para o escritor, um exemplo de como funcionará o mundo pós-trabalho pode ser observado na sociedade israelense. Alguns judeus ultraortodoxos não trabalham e passam a vida inteira estudando escrituras sagradas e realizando rituais religiosos. Esses homens e suas famílias são mantidos pelo trabalho de suas esposas e subsídios governamentais. “Apesar desses homens serem pobres e nunca trabalharem, pesquisa após pesquisa eles relatam níveis de satisfação mais altos que qualquer outro setor da sociedade israelense”, afirma Harari.
Segundo o professor, o significado da vida sempre foi uma história ficcional criada por humanos, e o fim do trabalho não irá necessariamente significar o fim do propósito. Ao longo da história, muitos grupos encontraram sentido na vida mesmo sem trabalhar. O que não será diferente no mundo pós-trabalho, seja graças à realidade virtual gerada em computadores ou por religiões e ideologias. "Você realmente quer viver em um mundo no qual bilhões de pessoas estão imersas em fantasias, perseguindo metas de faz de conta e obedecendo a leis imaginárias? Goste disso ou não, esse já é o mundo em que vivemos há centenas de anos”.
Bons temas a refletir...
_______
“Hoje o indivíduo se explora e acredita que isso é realização”
O filósofo sul-coreano Byung-Chul Han, um destacado dissecador da sociedade do hiperconsumismo, fala sobre suas críticas ao “inferno do igual”
Barcelona
As Torres Gêmeas, edifícios idênticos que se refletem mutuamente, um sistema fechado em si mesmo, impondo o igual e excluindo o diferente e que foram alvo de um ataque que abriu um buraco no sistema global do igual. Ou as pessoas praticando binge watching (maratonas de séries), visualizando continuamente só aquilo de que gostam: mais uma vez, multiplicando o igual, nunca o diferente ou o outro... São duas das poderosas imagens utilizadas pelo filósofo sul coreano Byung-Chul Han (Seul, 1959), um dos mais reconhecidos dissecadores dos males que acometem a sociedade hiperconsumista e neoliberal depois da queda do Muro de Berlim. Livros como A Sociedade do Cansaço, Psicopolítica e A Expulsão do Diferente reúnem seu denso discurso intelectual, que ele desenvolve sempre em rede: conecta tudo, como faz com suas mãos muito abertas, de dedos longos que se juntam enquanto ajeita um curto rabo de cavalo.
"No 1984 orwelliano a sociedade era consciente de que estava sendo dominada; hoje não temos nem essa consciência de dominação”, alertou em sua palestra no Centro de Cultura Contemporânea de Barcelona (CCCB), na Espanha, onde o professor formado e radicado na Alemanha falou sobre a expulsão da diferença. E expôs sua particular visão de mundo, construída a partir da tese de que os indivíduos hoje se autoexploram e têm pavor do outro, do diferente. Vivendo, assim, “no deserto, ou no inferno, do igual”.
Autenticidade. Para Han, as pessoas se vendem como autênticas porque “todos querem ser diferentes uns dos outros”, o que força a “produzir a si mesmo”. E é impossível ser verdadeiramente diferente hoje porque “nessa vontade de ser diferente prossegue o igual”. Resultado: o sistema só permite que existam “diferenças comercializáveis”.
Autoexploração. Na opinião do filósofo, passou-se do “dever fazer” para o “poder fazer”. “Vive-se com a angústia de não estar fazendo tudo o que poderia ser feito”, e se você não é um vencedor, a culpa é sua. “Hoje a pessoa explora a si mesma achando que está se realizando; é a lógica traiçoeira do neoliberalismo que culmina na síndrome de burnout”. E a consequência: “Não há mais contra quem direcionar a revolução, a repressão não vem mais dos outros”. É “a alienação de si mesmo”, que no físico se traduz em anorexias ou em compulsão alimentar ou no consumo exagerado de produtos ou entretenimento.
'Big data’.”Os macrodados tornam supérfluo o pensamento porque se tudo é quantificável, tudo é igual... Estamos em pleno dataísmo: o homem não é mais soberano de si mesmo, mas resultado de uma operação algorítmica que o domina sem que ele perceba; vemos isso na China com a concessão de vistos segundo os dados geridos pelo Estado ou na técnica do reconhecimento facial”. A revolta implicaria em deixar de compartilhar dados ou sair das redes sociais? “Não podemos nos recusar a fornecê-los: uma serra também pode cortar cabeças... É preciso ajustar o sistema: o ebook foi feito para que eu o leia, não para que eu seja lido através de algoritmos... Ou será que o algoritmo agora fará o homem? Nos Estados Unidos vimos a influência do Facebook nas eleições... Precisamos de uma carta digital que recupere a dignidade humana e pensar em uma renda básica para as profissões que serão devoradas pelas novas tecnologias”.
Comunicação. “Sem a presença do outro, a comunicação degenera em um intercâmbio de informação: as relações são substituídas pelas conexões, e assim só se conecta com o igual; a comunicação digital é somente visual, perdemos todos os sentidos; vivemos uma fase em que a comunicação está debilitada como nunca: a comunicação global e dos likes só tolera os mais iguais; o igual não dói!”.
Jardim. “Eu sou diferente; estou cercado de aparelhos analógicos: tive dois pianos de 400 quilos e por três anos cultivei um jardim secreto que me deu contato com a realidade: cores, aromas, sensações... Permitiu-me perceber a alteridade da terra: a terra tinha peso, fazia tudo com as mãos; o digital não pesa, não tem cheiro, não opõe resistência, você passa um dedo e pronto... É a abolição da realidade; meu próximo livro será esse: Elogio da Terra. O Jardim Secreto. A terra é mais do que dígitos e números.
Narcisismo. Han afirma que “ser observado hoje é um aspecto central do ser no mundo”. O problema reside no fato de que “o narcisista é cego na hora de ver o outro” e, sem esse outro, “não se pode produzir o sentimento de autoestima”. O narcisismo teria chegado também àquela que deveria ser uma panaceia, a arte: “Degenerou em narcisismo, está ao serviço do consumo, pagam-se quantias injustificadas por ela, já é vítima do sistema; se fosse alheia ao sistema, seria uma narrativa nova, mas não é”.
Os outros. Esta é a chave para suas reflexões mais recentes. “Quanto mais iguais são as pessoas, mais aumenta a produção; essa é a lógica atual; o capital precisa que todos sejamos iguais, até mesmo os turistas; o neoliberalismo não funcionaria se as pessoas fossem diferentes”. Por isso propõe “retornar ao animal original, que não consome nem se comunica de forma desenfreada; não tenho soluções concretas, mas talvez o sistema acabe desmoronando por si mesmo... Em todo caso, vivemos uma época de conformismo radical: a universidade tem clientes e só cria trabalhadores, não forma espiritualmente; o mundo está no limite de sua capacidade; talvez assim chegue a um curto-circuito e recuperemos aquele animal original”.
Refugiados. Han é muito claro: com o atual sistema neoliberal “não se sente preocupação, medo ou aversão pelos refugiados, na verdade são vistos como um peso, com ressentimento ou inveja”; a prova é que logo o mundo ocidental vai veranear em seus países.
Tempo. É preciso revolucionar o uso do tempo, afirma o filósofo, professor em Berlim. “A aceleração atual diminui a capacidade de permanecer: precisamos de um tempo próprio que o sistema produtivo não nos deixa ter; necessitamos de um tempo livre, que significa ficar parado, sem nada produtivo a fazer, mas que não deve ser confundido com um tempo de recuperação para continuar trabalhando; o tempo trabalhado é tempo perdido, não é um tempo para nós”.
O “MONSTRO” DA UNIÃO EUROPEIA
“Estamos na Rede, mas não escutamos o outro, só fazemos barulho”, diz Byung-Chul Han, que viaja o necessário, mas não faz turismo “para não participar do fluxo de mercadorias e pessoas”. Também defende uma política nova. E a relaciona com a Catalunha, tema cuja tensão atenua brincando:
“Se Puigdemont prometer voltar ao animal original, eu me torno separatista”.
Já no aspecto político, enquadra o assunto no contexto da União Europeia: “A UE não foi uma união de sentimentos, mas sim comercial; é um monstro burocrático fora de toda lógica democrática; funciona por decretos...; nesta globalização abstrata acontece um duelo entre o não lugar e a necessidade de ser de um lugar concreto; o especial é incômodo, gera desassossego e arrebenta o regional. Hegel dizia que a verdade é a reconciliação entre o geral e o particular e isso, hoje, é mais difícil...”. Mas recorre à sua revolução do tempo: “O casamento faz parte da recuperação do tempo livre: vamos ver se haverá um casamento entre a Catalunha e Espanha, e uma reconciliação”.
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/02/07/cultura/1517989873_086219.html?id_externo_rsoc=FB_CC13 fevereiro, 2018
Integração - Cérebro Trino
Maldita a mente que sobe até as nuvens
na busca de reis míticos e só de coisas místicas,
coisas místicas
clamam pela alma que não encara
o corpo como um igual
e eu nunca aprendi a tocar realmente
o chão, embaixo, embaixo onde as iguanas sentem.
- Iguana Song, por Judy Mayham
Percebemos que para resolver o trauma precisamos aprender a nos mover fluidamente entre o instinto, a emoção e o pensamento racional. Quando essas três fontes estão em harmonia, comunicando sensação, sentimento e cognição, nosso organismo funciona como deveria.
Ao aprender a identificar e contatar as sensações corporais, começamos a sondar nossas raízes instintivas reptilianas. Em si mesmos, os instintos são apenas reações. Contudo, quando essas reações são integradas e expandidas por nosso sensível cérebro mamífero que sente e por nossas capacidades cognitivas, de forma organizada, experienciamos a plenitude de nossa herança evolutiva.
É importante entender que as partes mais primitivas de nosso cérebro não são exclusivamente orientadas para a sobrevivência (do mesmo modo que o nosso cérebro moderno não é exclusivamente cognitivo). Elas carregam informações vitais a respeito de quem somos. Os instintos não nos dizem apenas quando lutar, fugir ou congelar; dizem-nos que pertencemos a esse lugar. O senso de "eu sou eu" é instintivo. Nosso cérebro mamífero amplia esse senso para "nós somos nós" - dizendo que pertencemos juntos a este lugar. Nosso cérebro humano acrescenta um senso de reflexão e de conexão além do mundo material.
Se não tivermos uma clara conexão com nossos instintos e sentimentos, não poderemos sentir nossa conexão e sensação de pertencer a esta terra, a uma família ou a qualquer outra coisa.
Aqui estão as raízes do trauma. A desconexão de nossa sensopercepção de pertencer faz com que nossas emoções flutuem num vácuo de solidão. Ela faz com que nossa mente racional crie fantasias baseadas na desconexão e não na conexão. Essas fantasias nos levam a competir, guerrear, desconfiar dos outros, e sabotam nosso respeito natural pela vida. Se não sentirmos nossa conexão com todas as coisas, então é mais fácil destruir ou ignorar essas coisas. Os seres humanos são naturalmente cooperativos e amorosos. Gostamos de trabalhar juntos. Entretanto, sem o cérebro plenamente integrado, não podemos nos reconhecer quanto a isto.
No processo de cura do trauma, integramos nosso cérebro trino. A transformação que ocorre quando fazemos isso cumpre o nosso destino evolutivo. Tornamo-nos completamente animais humanos, capazes da totalidade de nossas habilidades naturais. Somos guerreiros ferozes, incentivadores suaves, e tudo aquilo que fica entre esses dois pólos.
na busca de reis míticos e só de coisas místicas,
coisas místicas
clamam pela alma que não encara
o corpo como um igual
e eu nunca aprendi a tocar realmente
o chão, embaixo, embaixo onde as iguanas sentem.
- Iguana Song, por Judy Mayham
Três Cérebros, Uma Mente
Em nossa exploração do trauma aprendemos sobre as energias primordiais que se encontram no núcleo reptiliano de nosso cérebro. Não somos répteis, mas sem acesso claro à nossa herança repitiliana e mamífera, não conseguimos ser plenamente humanos. A plenitude de nossa humanidade está na capacidade de integrar as funções de nosso cérebro trino.Percebemos que para resolver o trauma precisamos aprender a nos mover fluidamente entre o instinto, a emoção e o pensamento racional. Quando essas três fontes estão em harmonia, comunicando sensação, sentimento e cognição, nosso organismo funciona como deveria.
Ao aprender a identificar e contatar as sensações corporais, começamos a sondar nossas raízes instintivas reptilianas. Em si mesmos, os instintos são apenas reações. Contudo, quando essas reações são integradas e expandidas por nosso sensível cérebro mamífero que sente e por nossas capacidades cognitivas, de forma organizada, experienciamos a plenitude de nossa herança evolutiva.
É importante entender que as partes mais primitivas de nosso cérebro não são exclusivamente orientadas para a sobrevivência (do mesmo modo que o nosso cérebro moderno não é exclusivamente cognitivo). Elas carregam informações vitais a respeito de quem somos. Os instintos não nos dizem apenas quando lutar, fugir ou congelar; dizem-nos que pertencemos a esse lugar. O senso de "eu sou eu" é instintivo. Nosso cérebro mamífero amplia esse senso para "nós somos nós" - dizendo que pertencemos juntos a este lugar. Nosso cérebro humano acrescenta um senso de reflexão e de conexão além do mundo material.
Se não tivermos uma clara conexão com nossos instintos e sentimentos, não poderemos sentir nossa conexão e sensação de pertencer a esta terra, a uma família ou a qualquer outra coisa.
Aqui estão as raízes do trauma. A desconexão de nossa sensopercepção de pertencer faz com que nossas emoções flutuem num vácuo de solidão. Ela faz com que nossa mente racional crie fantasias baseadas na desconexão e não na conexão. Essas fantasias nos levam a competir, guerrear, desconfiar dos outros, e sabotam nosso respeito natural pela vida. Se não sentirmos nossa conexão com todas as coisas, então é mais fácil destruir ou ignorar essas coisas. Os seres humanos são naturalmente cooperativos e amorosos. Gostamos de trabalhar juntos. Entretanto, sem o cérebro plenamente integrado, não podemos nos reconhecer quanto a isto.
No processo de cura do trauma, integramos nosso cérebro trino. A transformação que ocorre quando fazemos isso cumpre o nosso destino evolutivo. Tornamo-nos completamente animais humanos, capazes da totalidade de nossas habilidades naturais. Somos guerreiros ferozes, incentivadores suaves, e tudo aquilo que fica entre esses dois pólos.
Epílogo do livro O Despertar do Tigre - Curando o Trauma de Peter A. Levine
06 fevereiro, 2018
Filmes-Documentários
Faz tempo que vi a maioria destes documentários, mas acho que vale dar estas dicas e vi que todos ainda continuam disponíveis:
- O primeiro é The Mask You Live In (Netflix) - um documentário sobre um tema difícil de ver sendo abordado... das dificuldades da cultura machista para os homens.
Se você curtir (irá!), pode já emendar neste: https://www.youtube.com/watch?v=t7TNmpkNdFs . Apesar do tema ser feminino "a figura da mulher no olhar psicanalítico", Ivan Capelatto discursa muito sobre os homens e toda dificuldade desta mesma cultura machista que acaba repercutindo nas violências sobre o feminino.
- Embrace (Netflix) - O corpo feminino x padrões de beleza e tudo mais. Vale ver a história destas mulheres incríveis!
- Nariz (Netflix) - o tema é da área dos cheiros a que me diz respeito, mas esperava mais de um documentário com este tema. Há curiosidades interessantes, mas... ficou devendo.
- Holy Hell (Netflix) - este fiquei um tanto chocadinha... A gente sabe que existe e tal... Mas ver um narcisista assim e tudo o que movimenta nas pessoas é chocante. Ainda mais sendo assim, tudo tão real, cru e nu...
Este fica assombrando um pouco nossa mente por dias. Ainda assim, vale ver.
-Happy (Netflix) - esse já mais conhecidinho. Felicidade... um bom tema sempre!
- Expedition Happiness (Netflix) - esse novinho na Netflix, um filme de um casal + Rudi, o cachorro, que percorrem do Alasca ao México a bordo de um ônibus-casa. Paisagens lindas, as aventuras da viagem e uma trilha sonora delícia de conhecer, feita pela própria protagonista - Selima Taibi / "Mogli".
.
01 fevereiro, 2018
Vinagre na limpeza! Muito efetivo.
Eu que ando na descoberta dos milagres do vinagre na limpeza... adorei essas dicas do Instagram da BySamia.
Realmente impressionante o poder de limpeza do vinagre... Limpa rejuntes com facilidade (usei puro e deixei 15 a 20 minutos, depois só esfregar), aqueles pretinhos do banheiro que nada limpa (puro tb) ou com detergente. Com água, amaciante, vinagre e bicarbonato limpou estofados. E até armário que nenhum produto limpava com eficácia (usei puro na flanela), o danadinho do vinagre deu conta!
Um amiga ontem me disse que saiu um vinagre da Castelo exclusivo para limpeza, demorô!
Sem contar que livre de química... E na real, os produtos que andávamos usando para limpeza parece é que estavam é sujando mais ao deixarem resíduos :/
Bom, abaixo as dicas com alguns incrementos, incluindo os oes que dão um plus na limpeza!
"Não aguenta mais usar tanta química e ainda pagar caro para limpar a casa? Quer alternativas mais naturais?
Parece mentira mas com pouquíssimos ingredientes pode criar diversos produtos de limpeza! E o melhor naturais!
Basta separar vinagre branco de álcool ou de maçã (sim o vinagre é um poderoso desinfetante e desengordurante pois seu principal componente é o ácido acético!), bicarbonato de sódio, sabonete líquido de glicerina vegetal ou sabão de côco e óleos essenciais!
Para fazer um multiuso:
- 1/4 de vinagre
- 1 e 3/4 xic de água
- 20 a 30 gotas de óleo essencial (recomendo dividir entre tea tree, limão e laranja)
- e 1 colher de chá de sabonete líquido glicerina.
Coloque em um frasco spray.
Quer algo para limpar o banheiro acrescente a receita de cima 1 colher de bicarbonato de sódio.
Para limpar vidro- 1 e 1/2 xíc de vinagre, 1/2 xíc de água e 8 gotas de óleo essencial de limão. Coloque em um frasco.
Quer limpar o carpete? Misture 1 xic de bicarbonato com 15 gotas de óleo essencial ( tea tree e limão) e aplique no carpete "salpicando" o pó como um talco. Aspire com o aspirador de pó.
Limpeza de rejunte? Esse mesmo pó com vinagre. Deixe agir por 1 hora e esfregue!
Que tal começar a mudar alguns hábitos e tornar a sua vida mais simples e natural? "
.
26 janeiro, 2018
As utilidades do presente x inutilidades do passado/futuro
Estou cá aproveitando a vibe de janeiro para faxina e arrumar gavetas, armários etc...
E percebi uma coisa... sabe aquelas coisas que a gente compra pra gente que a gente "pensa" que vai ser, mas não é? Isso inclui aquela oferta mara... que você pensa que não serve agora, mas que no futuro servirá ou aquele número que não é o seu, mas surge esperança de ser... pode até vir a ser, mas por outro motivo vai ficar empacado no armário - acredite!
Não que eu tenha muitas compras dessas, mas tenho, claro. E toda vez que arrumo o armário me deparo com estes itens que ficam lá... esperando aquela festa, aquele casamento, fazer aquela formal, aquilo que ia combinar com um futuro que nunca acontece. Há também aquelas compras por medo... rs, pela necessidade futura... Aí o futuro chega e você não precisa mais de nada daquilo. Coisas que ficam obsoletas, ainda mais com a internet.
Pior que são itens sempreeeeee empacados, resolvo os demais que pelo uso já velhinho são descartados, ou que enjoei de usar, etc. Mas estes outros, tal como a compra vou empurrando para mais um futuro na esperança que chegue.
E viajando na batatinha nisso, o inverso também acontece né? Aquelas coisas que não fazemos, não compramos, pensando que no futuro não iremos precisar, iremos descartar, ou até justificar colocando outros tantos impedimentos e deixamos de atuar no PRESENTE, dando a nós aquilo que é presente!
Já as compras feitas nas necessidades do presente caem como uma luva... são encontradas melhor que qualquer previsão.
O presente é sempre (e único!) melhor lugar.
Então... vou ficar com esta lição do dia da arrumação, da próxima vez que der a tentação de olhar para algo e projetar ali um futuro, seja de uma situação ou de uma eu que não sou no presente, vou desencantar. E agora é dar tchau a essas peças de um futuro empacado, fazer girar o presente, e que elas sejam úteis neste presente a alguém.
E em tudo talvez me perguntar quanto tem ali de presente. Tem presente? Então presente!
O amanhã será outro presente, e se proverá!
.
E percebi uma coisa... sabe aquelas coisas que a gente compra pra gente que a gente "pensa" que vai ser, mas não é? Isso inclui aquela oferta mara... que você pensa que não serve agora, mas que no futuro servirá ou aquele número que não é o seu, mas surge esperança de ser... pode até vir a ser, mas por outro motivo vai ficar empacado no armário - acredite!
Não que eu tenha muitas compras dessas, mas tenho, claro. E toda vez que arrumo o armário me deparo com estes itens que ficam lá... esperando aquela festa, aquele casamento, fazer aquela formal, aquilo que ia combinar com um futuro que nunca acontece. Há também aquelas compras por medo... rs, pela necessidade futura... Aí o futuro chega e você não precisa mais de nada daquilo. Coisas que ficam obsoletas, ainda mais com a internet.
Pior que são itens sempreeeeee empacados, resolvo os demais que pelo uso já velhinho são descartados, ou que enjoei de usar, etc. Mas estes outros, tal como a compra vou empurrando para mais um futuro na esperança que chegue.
E viajando na batatinha nisso, o inverso também acontece né? Aquelas coisas que não fazemos, não compramos, pensando que no futuro não iremos precisar, iremos descartar, ou até justificar colocando outros tantos impedimentos e deixamos de atuar no PRESENTE, dando a nós aquilo que é presente!
Já as compras feitas nas necessidades do presente caem como uma luva... são encontradas melhor que qualquer previsão.
O presente é sempre (e único!) melhor lugar.
Então... vou ficar com esta lição do dia da arrumação, da próxima vez que der a tentação de olhar para algo e projetar ali um futuro, seja de uma situação ou de uma eu que não sou no presente, vou desencantar. E agora é dar tchau a essas peças de um futuro empacado, fazer girar o presente, e que elas sejam úteis neste presente a alguém.
E em tudo talvez me perguntar quanto tem ali de presente. Tem presente? Então presente!
O amanhã será outro presente, e se proverá!
.