10 novembro, 2011

Leite - Problemas da ultra pasteurização (UHT) e dos seus conservantes


Leite Pasteurizado recebe um tratamento térmico suave de 72ºC, que garante a destruição de bactérias patogênicas. Com esta temperatura:
-As proteínas e açucares do leite não sofrem dano.
-Os lactobacilos benéficos para a flora intestinal permanecem vivos.
  • Estes lactobacilos acidificam o leite em 5-7 dias, ou em muito menos se o leite não é conservado em frio. O que é um probiótico excepcional para a saúde, quando o leite é fresco, se torna um prejudicial da qualidade quando o leite é velho ou mal conservado.
  • O leite pasteurizado pode ser conservado em qualquer embalagem (vidro, plástico).
Leite UHT (Ultra Hight Temperature) sofre um tratamento térmico violento de 140ºC que destrói todas as bactérias, as patogênicas e as probióticas. Com esta temperatura:
-As vitaminas do grupo B são destruídas a níveis do 50%.
-As proteínas e açucares são alterados interatuando entre si (reação de Maillard), por isto o leite de caixinha tem sabor de queimado.
-Os lactobacilos probióticos são totalmente destruídos.
  • O leite UHT pode ser conservado por 180 dias sem frio, mas o forte impacto térmico e enzimas resistentes ao aquecimento fazem que os componentes, nutricionais e físicos, fiquem se deteriorando dia a dia. Por isto o leite de caixinha precipita, muitas vezes antes da validade.
  • O leite UHT é conservado em embalagens (caixinhas) de varias capas (cartão, alumínio e plástico) de muito difícil reciclagem e de custo muito elevado.

  • Você poderá encontrar os seguintes conservantes nos leites UHT comercializados:
    - Citrato sódico. É usado como um anticoagulante em transfusões de sangue. Ele continua a ser usado hoje em tubos de coleta de sangue e para a preservação de sangue em bancos de sangue. O íon citrato seqüestra íons de cálcio no sangue, rompendo com o mecanismo de coagulação. É usado para tratar desconforto em infecções no trato urinário, tais como cistite, para reduzir a acidose vista em distal acidose renal tubular, e pode também ser usado como um laxativo osmótico.
    - Fosfato trissódico. Vendido como um enema, agindo como um laxativo para tratamento de constipação. Os enemas de fosfato de sódio são vendidos como “medicamentos de balcão” nos EUA.
    - Monofosfato monossódico. É usado como um laxativo e, em combinação com outros fosfatos de sódio, como um tampão de pH. Usado também na limpeza e tratamento de superfícies metálicas, no tratamento de efluentes, em processos da indústria farmacêutica.
    - Tripolifosfato de sódio. É utilizado como agente de flotação, dispersante, emulsificante, estabilizante de solos, seqüestraste e como reforçador em produtos destinados a limpeza, como detergentes e sabões em pó. Encontra aplicações em ramos de atividade e indústrias tão variados quanto na agricultura, argila e pigmentos, borracha, cimento e cerâmica, construção civil, sanitários, detergentes e produtos de limpeza, lubrificantes, papel e celulose, pastas para os mais diversos fins, indústrias petrolíferas, têxtil e formuladores têxteis, tintas e vernizes, tratamento de água, vidraria, tratamento de superfície e formuladores.
    Outros conservantes similares utilizados no leite:
    - Citrato trissódico
    - Trifosfato de sódio
    - Monofosfato de sódio
    - Difosfato dissódico
    - Difosfato de sódio

Um comentário:

Bárbara disse...

Oi, Milene! Adorei o post!

Um grupo da Unicamp desenvolveu um projeto fantástico sobre o consumo de leite por adultos. O projeto virou livro (um baita livrão): Leite para Adultos: Mitos e Fatos frente à Ciência (Varela Editora).

Vale muito a pena ler esse livro. Acredito que você irá gostar.

Aqui um link falando sobre ele: http://agencia.fapesp.br/11393

Abraço com carinho
Bárbara

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