23 dezembro, 2015

Feliz Natal/ 2015

Que a Luz brilhe em nossos corações, renascendo mais brilhante a cada ano.
Gratidão a quem acompanha no Facebook, no blog, aos clientes do site, amigos, família, fornecedores.
Tenham todos um Natal abençoado de muita Luz e de Paz!



19 novembro, 2015

Re-Encontros...



O encontro com a mãe natureza é sempre o reencontro com o prazer, com a cura:




"Como reencontrar a faculdade de sentir prazer? Como reencontrar essa confirmação afetiva da qual temos necessidade para existirmos em felicidade? Se esta confirmação nos faltou na origem de nossa vida, poderemos encontrá-la no coração de um amor humano. Podemos também ter essa confirmação afetiva no seio da natureza, porque a terra pode ser a mãe que nos tenha faltado. É por isso que em algumas terapias a presença reconfortante da terra-mãe e de outros elementos da natureza pode curar e devolver a faculdade de sentir prazer."
(Jean-Yves Leloup)



























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12 novembro, 2015

Rastreamento de Pedidos via Aplicativos


Nos pedidos da Loja Virtual, sempre encaminho (e também o PagSeguro encaminha) o número para rastreamento.

Embora grandes atrasos não sejam comuns, e desvios bem raros, é importante acompanhar o status do pedido até para comunicar e agilizar a investigação que o destinatário solicita junto aos Correios. E hoje em dia contamos com a facilidade dos aplicativos no smartphone para este rastro.

Tem o próprio aplicativo dos Correios: 
https://play.google.com/store/apps/details?id=br.com.correios.srocorreios&hl=pt_BR

O app dos Correios é bom, mas comigo andou travando, então uso um chamado O Carteiro, ele é bom e nunca travou, porém às vezes demora um pouco a atualizar.

O Carteiro: https://play.google.com/store/apps/details?id=com.rbardini.carteiro&hl=pt_BR

E enfim há outros disponíveis.

Outra vantagem é que os aplicativos avisam quando o Carteiro saiu para a entrega, e isso facilita em ter alguém no local indicado para receber seu pedido!





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04 novembro, 2015

Novos modelos - Graal - Colar com "cálice" para óleos essenciais


Disponíveis na Loja Virtual!
Promoção de novembro para preparar os presentes do Natal: todo colar Graal segue com embalagem para presente. Confira: www.aromarte.com.br/loja.htm









28 setembro, 2015




Quando finalmente percebemos e aceitamos que além dos desejos e receios de nossa mente existe um Plano, orquestrado pelo Maestro Divino, podemos então descansar mais, agradecer sem parar e conhecer alguns ajudantes muito delicados, refinados e eficientes, que estão sempre disponíveis, só aguardando nosso chamado | Carolina Young







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16 setembro, 2015

Vazio e Presente



Você não tem que lutar.
Você só tem que continuar a escolher a Verdade. 
Apenas escolha.
Deixe que a Graça lute por você, se necessário.
Você só continua escolhendo 'Sim, eu escolho a Verdade.'

E quando o poder revelador vier,
esteja completamente nu na frente dele.
Esta coragem você deve ter.
Quando surge o impulso de olhar profundamente uma coisa, 
seja destemido,
porque o poder está com você neste momento.

Esteja vazio. Apenas isso.
Quando você está vazio, você é mais poderoso,
porque você está presente.
Você está desperto. Você está vivo.
E você é nada.

Mooji







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08 setembro, 2015

Tônico Capilar

O link abaixo é do site Doce Limão detalhando o uso do Tônico Capilar. Desde que o Tônico passou para a loja virtual Arom'Arte, o oe de alecrim foi combinado com o oe de tomilho, para minimizar os agravantes de uso principalmente dos hipertensos.

Conceição Trucom *
Importante:  
1) Receita somente para Uso Externo

2) Todos os óleos vegetais desta receita devem ser prensados a frio ou de grau cosmético.
3) Todos os óleos essenciais (OEs) devem ser puros e resultantes da extração de diferentes partes das plantas. Não use essências, pois apesar delas apresentarem aroma semelhante ao dos óleos essenciais, elas são produtos sintéticos, portanto, sem propriedades terapêuticas.
4) Por esta receita conter óleo essencial de alecrim, ela não é indicada para quem está grávida, tem pressão alta ou histórico de epilepsia. 

TÔNICO CAPILAR - óleo de massagem e tratamento do couro cabeludo
Função: ativar a circulação periférica, ação bactericida e antiinflamatória, facilitar a penetração dos agentes ativos, que em composição sinergética, ativam o crescimento de fios saudáveis, inclusive favorecendo a pigmentação original. As ações bactericida, fungicida e antiinflamatória estão indicadas para distúrbios infecciosos do couro cabeludo, que vão desde a caspa até queda excessiva dos fios.
Em caso de queda, que pode ser por diversas causas, o tratamento externo será uma ferramenta importante que deverá ser integrado com alimentação desintoxicante (3 sucos/dia) e, dependendo da gravidade, com uma consulta médica. 
Ingredientes: 30 ml de óleo de linhaça (antiinflamatório) + 30 ml de óleo de gergelim (ideal para tratar problemas de pele) + 12 gotas de óleo essencial de limão (ativar a circulação periférica) + 12 gotas de óleo essencial de cedro (fortalecer bulbos capilares) + 24 gotas óleo essencial de alecrim (ativar a circulação periférica) + 24 gotas óleo essencial de ylang-ylang (fortalecer, repigmentar e dar brilho aos fios).
Preparo: misture todos os ingredientes e coloque num frasco escuro com tampa aplicadora.
Forma de uso: aplique em todo o couro cabeludo com massagem delicada porém vigorosa, com movimentos circulares. Esta massagem deve durar cerca de 10 a 30 minutos. Pode ser realizada pela própria pessoa ou por um terapeuta. Coloque uma touca e deixe agir por cerca de 20-30 minutos. Lave a cabeça normalmente com xampu neutro e enxágue com água acidificada com gotas de suco fresco de limão. 
Tratamento: na primeira semana realizar esta aplicação todos os dias à noite e lavar pela manhã. Nas 3 semanas seguintes esta aplicação deverá ser feita em dias alternados (dia sim, dia não). Verificada a redução na queda, passar a aplicar este tratamento 1 vez por semana, a título de manutenção.
Observação: caso a pessoa tenha problemas de insônia, o ideal será aplicar o produto pela manhã e lavar 30 minutos depois, pois o óleo essencial de alecrim pode despertar, adiando assim o sono.
Maiores informações sobre as matérias-primas destas receitas, como também sobre estes produtos prontos na loja da Arom'Arte

03 setembro, 2015

A Família Bélier



Paula é a voz da sua família nada típica - a mãe, o pai e o irmão são surdos-mudos. E Paula terá que escolher entre continuar sendo a voz da família ou usar sua voz para ampliar seus sonhos!


"O filme não narra apenas uma história de conquistas, mas debruça-se sobre o que é ser adolescente, descobrir a si mesmo e conquistar a independência dos pais. Paula é uma garota relativamente extrovertida, mas com baixa auto-estima, que veste roupas largas, vive de ombros curvados e ainda guarda alguns laços com a infância. A música, para ela, será a afirmação de uma beleza até então oculta, de um potencial que ela pode desenvolver sozinha, longe de sua família."
(http://www.guiadasemana.com.br/cinema/noticia/a-familia-belier-um-filme-para-fugir-do-obvio-neste-natal)









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05 agosto, 2015

Igualdade Possível

Este link do post da Ligia Fascioni - Vida de Rico (leia aqui: http://www.ligiafascioni.com.br/2012/09/vida-de-rico/)  -  merece destaque, não pela comparação entre a Alemanha e Brasil (até porque aqui há muitas coisas que lá não tem, assim como em qualquer lugar, qualquer coisa, enfim). Mas porque fala de uma coisa que ando pensando há algum tempo... o quanto somos ainda reféns do escravagismo. Sim, desse inconsciente que classifica quem serve e quem é servido - de quando se é senhor (ou sinhazinha...), e quando se é escravo (a). 



O fato é que se queremos um lugar mais bonito, organizado, menos corrupto, arborizado, saudável, feliz, e principalmente em harmonia com a natureza, precisamos nos tornar conscientes dessa 
separação entre inferior-superior, que é feita entre pessoas, trabalhos, classes, idades, estética, raças, ideologias, sexos, enfim...


Há uns meses vi uma reportagem sobre as escolas no Japão, as crianças muito pequenininhas já limpam o chão, recolhem o lixo, colaboram. Que maaáximooo! 
Até achei este texto aqui a respeito:

"No Japão, uma das tradições nas escolas e também nos dojos de artes marciais é que é chamado deSoji, que significa “limpar”. Nas escolas japonesas, o “soji no jikan” é a hora da limpeza, ou seja, a hora em que as crianças pegam o kit de limpeza e limpa, lavam a escola. Em geral, são 15 minutos por dia nas escolas, e cada criança possui um grupo de limpeza, com um líder.
Após os 15 minutos, um sinal toca novamente e os membros do grupo se alinham em fila, para que o líder faça perguntas e peça feedbacks sobre a limpeza do dia. O feedback é sempre sobre o trabalho em equipe, sobre o resultado, e o líder busca sempre motivar após o feedback.
A prática do Soji nos dojos brasileiros não é comum, pois temos outra cultura. No Brasil, acreditamos que quem faz a limpeza é uma pessoa inferior, pois é um trabalho inferior e não louvável. Algumas pessoas chegam ao cúmulo de pensar que devemos deixar os lugares sujos para que essas pessoas mais pobres tenham trabalho para fazer e possam manter o emprego. Mas essa crença é falsa, essa cultura brasileira é equivocada.
Crianças japonesas limpando a escola
Crianças japonesas limpando a escola
Por isso, no japão se pratica o Soji nas escolas e também nos dojos, sempre ao final das aulas. É considerado imaturidade usar o dojo e deixá-lo sujo para que outros limpem. E não existe diferença entre os mais graduados e menos graduados: todos devem fazer o mesmo trabalho de limpeza, seja no banheiro do dojo, seja limpando o chão ou o tatame.
No ato do Soji, no ato da limpeza, aprendemos a limpar nosso ego, aprendemos a ser mais humilde, aprendemos a jogar fora com a sujeira as nossas imperfeições. No ato do Soji podemos meditar sobre o treino, até mesmo realizar o mokuso durante o soji, refletindo sobre os erros e acertos, para buscar a evolução. O Soji é mais do que uma limpeza física, mas um ato educacional de limpeza espiritual. É uma forma de trabalhar o respeito ao próximo e de colocar em prática os dois princípios fundamentais do JudôSeiryoku Zenyo e Jita Kyoei."  (http://www.judoctj.com.br/soji-no-jikan-a-hora-da-limpeza/)

Confesso que adoraria ter aprendido isso quando criança. Primeiro, porque demoramos a dar valor a um trabalho que desconhecemos, segundo porque não sabemos nem como facilitar a vida de quem está fazendo um trabalho quando não o fizemos. Além do despertar da colaboração, da ideia de igualdade, do lado prazeroso e divertido, e como descreve acima - meditativo e espiritual da ordem e da limpeza!
Exemplos para serem seguidos, né! É com pequenos atos que podemos dar liberdade a escravidão - que não é apenas do escravo, mas também dos senhores e das sinhazinhas atuais.

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20 maio, 2015

Com calma...







Desperta vagarosamente, antes de qualquer outra coisa dedica uma oração ao que consideres Divino para te conectar com esse Algo Maior que pressentes haver, mas que o frenesi do dia a dia soterra sob um montão de preocupações. 


Tuas preocupações são o alimento da desconexão com o Divino, enquanto que tua alegria e leveza são a prova contundente de que a felicidade que procuras reside na conexão com Algo Maior, no pressentimento de que tua alma não está confinada num calabouço existencial.


 Desperta com tranquilidade, faz tudo com calma, te conecta mental e emocionalmente com a Vida de tua vida, com a glória de tua alma através das orações que te sirvam para recuperar alegria, leveza, tranquilidade e a inefável certeza de tudo estar bem mesmo quando está tudo equivocado

Oscar Quiroga - Data Estelar: Lua Vazia até 10h56, horário de Brasília. - 20/5/15













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11 maio, 2015

Não saber dizer Não

por Milene Siqueira


O não saber dizer NÃO é uma das facetas da baixa autoestima*, que citei no post  AutoEstima - O afeto que mora do lado de dentro.  Agora trato mais especificamente desta dificuldade.

*Lembrando que autoestima é a possibilidade ética de gostar de si próprio. A procura pela estética é substituída como artifício para quem não se aceita, não se gosta, não se respeita. A estética é importante, mas não resolve como substituição, não se "compra" autoestima.

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Não são poucas as pessoas que não sabem dizer NÃO.

E quando o querem, tremem, suam frio só de pensar. Tentam, balbuciam e na hora acabam dizendo um SIM quando o que queriam mesmo era dizer com tranquilidade um NÃO.
Outros, quando conseguem, ficam péssimos por terem negado algo, e aí o pesar da culpa logo aparece (culpa que é só outro disfarce para continuar se sentindo especial!).

Ou ainda fogem de situações por temerem ter que dizer um NÃO e preferem pagar pelas consequências da ausência, do que fazer uma colocação que esteja alinhada com seu querer.

Não saber dizer NÃO de um modo simples, honesto e natural trunca a vida! Não há transparência, verdade circulando. Logo, tudo fica embaçado, bagunçado - caos.

Tememos dizer NÃO quando a aprovação ainda está fora de nós -  apoiada no reconhecimento de si pelo outro. Há dependência, falta/carência. Vulnerabilidade. 
Existe no fundo uma arrogância desconhecida, que pode estar disfarçada de timidez. É o jogo sutil da "superioridade x inferioridade".
O tempo projetado também é um fator da vulnerabilidade - pois um NÃO hoje nos parece um ataque no amanhã, e a vulnerabilidade da "NECESSIDADE" aparece como um fantasma. 
Outro fantasma que ronda o medo de dizer o NÃO é a VANTAGEM. Nos sacrificamos  por uma vantagem que nossa mente imagina. Pode ser a "garantia" de uma ajuda, dinheiro, prestígio, seguridade, afeto. Esqueça a vantagem mental se a mesma não estiver no seu coração, porque nenhum SIM "mal dito" lhe dará qualquer vantagem real.
Quanto medo de ferir, de perder. Mas o medo maior é de ser ferido também... é que quem não aceita os NÃOs que a vida disse (fruto das expectativas) somos nós próprios - a ferida está aberta.

Para justificar nosso mau estar em dizer NÃO, nos corrompemos com uma explicação em geral bem "bonitinha":  que é por amor;  que é por bondade; que é para não magoar o outro; que é para garantir vaga no céu; que é por você ser tão sensível ao problema alheio; que é pelo outro ser tão indefeso e precisar taaaanto de você; que é para não atrair coisas ruins; que é por educação; que é pelo outro ser idoso; por ser criança e precisa ser poupado devido à sua ausência ou dos problemas, e por aí afora...  No fundo só prepotência!
O fato é que cada vez que queremos ou precisamos dizer um NÃO mas o trocamos por um SIM, nos sentimos também superiores, afinal vestimos o Importante e o Amado. Só que além de temporário, o preço é a nossa Vida (e a do outro) a estar dividida e iludida, ou inteira/íntegra, real.

É sim... a vida do outro também... é como o mandamento bíblico só que invertido: "desame ao próximo como desama a si mesmo".
Podemos estar atrasando a vida alheia tomando o tempo do outro, quando não somos honestos com nossa verdade, por exemplo.
Pais que não sabem dizer NÃO estão criando adolescentes e adultos que acham que tudo podem, testando na sociedade os limites educacionais que não receberam em casa (e essa é apenas uma das consequências) - infelizmente estes pais carecem de autoestima também.
E SIMs que exigem sacrifícios pessoais dos quais você cria um duelo silencioso contra si mesmo - entre seu corpo e sua alma.

Há ainda uma outra justificativa que pode aparecer antes ou depois para te acalentar já que você não conseguiu agir conforme seu sentimento: o egoísmo. O egoísmo soa como um palavrão aos nossos ouvidos, ele é feio moralmente né? Só que poucos entendem o que significa essa palavra de fato. Deixar de nos respeitarmos em prol do outro é exatamente ao contrário. Se você diz SIM com medo de deixar de ser importante isto é do EGO, isto é portanto egoísmo.

Outras vezes nem sabemos o que queremos porque estamos há tanto tempo desconectados de nós - do nosso corpo principalmente -, camuflados pelo outro, pelas crenças, pelos condicionamentos, pela propaganda, que vamos fazendo o que não queremos mas sem uma noção clara deste não querer. Mas nos sentimos desconfortáveis, deslocados, doloridos. É o senso maior do dever, quando vai muito além do que se deve de fato para o momento atual e que vai embotando nossos sensos. Nesse estado, a noção de limites é bem confusa. Há possivelmente muitos exageros compensando faltas. Perde-se tempo porque não há foco, já que há muitos SIMs para agradar a muitos. Falta clareza do que é seu ou é do outro, quem é você, quem é o outro. Costuma atrair para sua vida figuras que reafirmam a identificação mais forte que assegurem a subsistência da sua "imagem", ainda que sofrida. Mas para o corpo não tem enganação, ele avisa e reclama clamando por você. Dói, faz pressão, angustia.

A cada vez que não lidamos com a verdade do nosso temperamento, do nosso EU, impondo o que sentimos de uma maneira natural  -  o sistema imunológico diminui, e ao contrário do que almejávamos como ter segurança, é mais vulneráveis que ficamos. A nossa defesa/a imunidade que deveria estar do nosso lado, imagine...!

Quem só diz SIM, igualmente espera sempre um SIM das pessoas, um SIM das situações, um SIM do mundo. Afinal existe uma cobrança na mesma moeda. Lembra daquela indignação e raiva?: "Mas eu fiz tanto e olha o que recebo!", "eu não cobrei e agora fulano me cobrou quando eu mais precisava". Pois é, sinto dizer que você andou enganando-se e agora está também recebendo na mesma moeda. 
Mas para piorar, na maioria das vezes, essa cobrança é inconsciente. E como o SIM não atende às suas expectativas, a frustração o acompanha, assim como uma insistência na vida por este SIM. Você pode trocar de situações, de pessoas e de ideologias, mas não percebe o objetivo. Como continua procurando para fora de si, o sofrimento permanece.

Quem não sabe dizer NÃO também não sabe dizer SIM, ou melhor dizendo, não o reconhece.

Vivemos num mundo onde a negação e a desistência são vistas como derrota, fracasso. Não são. Nós desistimos porque o sentimento pode falar mais alto onde antes não estava sendo ouvido. Podemos desistir porque assumimos o respeito pelos nossos limites. 

E citando como observação que há aqueles que nasceram para responder muitos SIMs, que tem o temperamento da ajuda, da caridade real, que o fazem conectados com seu Ser. Que respondem SIM por nenhuma vantagem (financeira, moral, social, futura, etc), por nenhuma necessidade, sem qualquer duelo interior. Estes em geral educam com amorosidade e com limites. São disponíveis sem invadirem, respeitam ao outro e são fiéis a si mesmos. São pessoas muito especiais, raridades.

E por fim, vivemos num país de corrupção. Vemos as enganações pequenas dos mais próximos, e as grandes como do país e especificamente dos políticos, e nos indignamos. E assim nos exaltamos um pouco, afinal reverbera em nós alguma semelhança, e nos alivia saber, olhar, falar, apontar o dedo, afinal.. há pecados maiores que os meus, há mentiras e vantagens bem maiores que as minhas... ufa...! E disfarçamos por um tempo nossa fragilidade, adiamos nossas verdades que teríamos com o conhecimento sobre a vida e sobre nós mesmos. Deixamos pra lá nossa auto-responsabilidade e permanecemos no condicionamento de ir culpando e assumindo o papel de "corajosos" covardes - defensores dos fracos e oprimidos - sem saber que propriamente é que o estamos!

Como dizer o que você sente?




"Sou eu próprio uma questão colocada ao mundo e devo fornecer minha resposta; caso contrário, estarei reduzido à resposta que o mundo me der." - Carl Gustav Jung

  1. É preciso notar os desconfortos ao invés de negá-los ou aplacá-los, deixe seus sintomas comunicarem o que estão gritando em você. Silencie para ouvi-los, você pode usar a condução da meditação ou conversar com seu corpo, mas precisa mergulhar em si. Outra boa prática muito simples que surte efeito e insights é o EFT.
  2.  É importantíssimo se auto-observar primeiro, usar algum método terapêutico por um tempo... para conhecer-se e saber quem anda respondendo por você, saber dos personagens que o ego construiu, os condicionamentos que imperam, os "tem que" a que você tem dado ouvidos, para que suas respostas estejam o máximo possível alinhadas com seu sentimento. E descobrir a quem você anda protegendo de ser ferido: é o homem/a mulher, ou é a criança? A vítima? Houve vítima ou expectativas irreais, exageradas? Para seu próprio bem, pergunte-se: você é capaz de perdoar não o outro, mas a si próprio - as expectativas que imaginou?

Pelo menos tendo começado as 2 etapas anteriores, continue:

  • Não seja impulsivo. Evite responder no ato, diga que precisa analisar. E separe um tempo para "fazer contato". Deixe todas as "vantagens" de lado que sua mente irá encontrar e conecte-se ao seu coração e sinta qual é a resposta. Este é um treino por um tempo, depois conseguirá saber e responder no ato. Ou use o sincero: Não Sei!
  •  Atue apenas no Agora, esqueça o passado, não use condicionamentos, percepções passadas. Não se projete ao futuro, temendo consequências ruins. Esteja por inteiro no presente e responda à verdade da sua alma - ela é seu mais fiel guia.
  • Preste atenção à sua voz, use o seu tom normal quando precisar dizer NÃO. Respire. O tom com que falamos é por vezes muito mais agressivo do que aquilo que dizemos. Não há normalmente necessidade de gritos e imposições, isso só denota uma superioridade e falta de firmeza.
  • Não invente desculpas. Apenas diga NÃO. NÃO quero. NÃO vou. NÃO preciso. NÃO estou preparada nesse momento, etc. Mas agradeça se necessário. O simples fato de pensar em inventar uma desculpa é insegurança, e aquela culpa estará prestes a surgir. Além do que, a exposição de uma verdade não justifica uma mentira.
  • Nas situações simples, evite explicar. Sentimento é inexplicável e você achará ou estará inventando coisas sem muito sentido.
  • Deixe as emoções de lado para conversar. Um NÃO é simples como um SIM, só que enquanto o SIM abre espaço, o NÃO delimita.
  • Dizer NÃO nas situações de relacionamentos e parcerias é em comum bem mais delicado, na verdade porque o explicar é que se torna complicado. Parecemos estar ferindo o outro, mas em geral você está mexendo com os ideais que o outro construiu e que provavelmente sejam irreais também, porque para uma coisa ser funcional, é necessário acordo e sentimento mútuo. Se você está certo sobre o que sente, precisa expôr para chegar a acordos. Procure não ficar ansioso, fixe-se ao presente e converse francamente.
  • Esqueça o que os outros irão pensar ou fazer, isso já não é problema seu.
  • Abandone as comparações, elas apenas alimentam a baixa autoestima e a culpa. Cada um tem e precisa seguir seu próprio caminho. 
  • Observe a raiva que você sente, as frustrações do dia a dia. Esqueça o motivo que gerou a raiva e entre nela, aprofunde-a até saber o que a contém. Aí volte e observe o fato, geralmente ele vai lhe dizer que a raiva que você sente pelo motivo X é o mesmo que você pratica mas de outra maneira, mas isso é mais difícil de ouvir/aceitar. Entrando na raiva sem o motivo, fica mais fácil.
  • Perceba os noticiários e programas onde você coloca sua atenção. Perceba o quanto há de divertimento ou de indignação exaltada. É razoavelmente normal nos sentirmos indignados perante às injustiças, mas se lhe afeta exageradamente preste atenção com o que e onde reverbera no seu interior.
  • O medo de perder algo ou alguém ou uma oportunidade, deve dar lugar a confiança de que nada do que é realmente uma ligação valiosa e necessária para sua experiência se perde. Não se torne importante, se torne Você!
  • E por fim, leia mais dicas sobre autoestima, que incluem a ética (educação dos limites) e compaixão (o olhar não exigente), e compreenda melhor sobre essa palavra que anda meio deturpada na sociedade: AutoEstima! (clique aqui).


Óleos Essenciais, a valiosa ajuda dos aromas


A indicação de óleos essenciais permanece a mesma deste post aqui, complementando o post inicial (AutoEstima - O afeto que mora do lado de dentro).

E entre todos os óleos essenciais a Bergamota continua sendo o destaque, por ter a particularidade de fazer contato com o nosso centro, dissolvendo o que está à volta como a vulnerabilidade, a inconstância, a timidez, resgatando a autenticidade do EU.

É importante usá-la de preferência em colar aromaterápico por 10-15 dias em sequência diária, pois a mensagem vibratória da Bergamota vai sendo assimilada aos poucos e você vai descobrindo o que significa esta AutoEstima, que é o pleno contato com seu EU de modo bem natural. Pode ser que tudo volte quando você parar de usar?
Pode sim, depois de algum tempo. O óleo essencial é um facilitador, as mudanças é você quem faz, ou melhor, desfaz-se dos condicionamentos. Mas se voltar, continue usando com intervalos de alguns dias de descanso, para que você vá associando esta vibração à sua e fazendo em paralelo mudanças e afirmações da pessoa única que é você para sua vida!

Ou para continuidade pode optar por usar em massagens, banhos, ou demais composições que a contenham.
A Bergamota é também um excelente antidepressivo, suave calmante e moderador de humor. Leia mais aqui sobre esta e outras indicações.



Saiba mais sobre Aromaterapia: www.aromarte.com.br
Adquira Óleos Essenciais: www.aromarte.com.br/loja.htm

Imagens que ilustram este post: Christian Schloe






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26 abril, 2015

Acorde, tem um desconhecido mandando na sua vida!


 Torcendo para que seja hoje o início ou a continuidade - através do conhecimento e não pela dor -  do seu despertar!
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Por Victor Lisboa em Papo de Homem – 17/12/2014

Vivemos semi-despertos e nosso inconsciente toma muitas das nossas decisões. 

Como sair desse estado?


O Experimento Bargh


O modo como você anda, o quão persistente você é, qual seu nível de egoísmo e até mesmo o que você comprará no supermercado: sinto muito, mas quem decide essas coisas banais e outras tantas mais importantes não é você.
Em 1996, o psicólogo John Bargh realizou um experimento simples mas de implicações perturbadoras. Ele dividiu voluntários em dois grupos e pediu que formassem frases com palavras dadas por sua equipe. Mas um dos grupos tinha uma peculiaridade: sem perceberem, algumas dessas palavras eram relacionadas à velhice (esquecido, careca, ruga, etc). Em seguida, Bargh pedia que todos os voluntários caminhassem até outra sala, mais distante, informando que lá haveria mais testes, e cronometrava secretamente o tempo que levavam no percurso.
Por incrível que pareça, os voluntários do grupo com palavras associadas à velhice caminhavam mais lentamente que os do outro grupo, como se fossem idosos. Posteriormente, todos os voluntários disseram não ter percebido as palavras relacionadas à velhice e tampouco notado algo de pouco natural no seu próprio jeito de caminhar.
O teste foi repetido várias vezes, com rigor científico, e o resultado foi sempre o mesmo.
Até então, a ideia de que mensagens subliminares (no sentido de informações apenas percebidas pelo inconsciente de alguém) fossem capazes de realmente orientar o comportamento humano era uma espécie de “lenda urbana” da psicologia. Mas, a partir do experimento de Bargh, novas experiências foram desenvolvidas para apurar a extensão desse efeito de mensagens associativas no comportamento humano mais básico.
Em 2006, uma equipe de psicólogos publicou os resultados de um experimento chamado The Psychological Consequences of Money (“As Consequências Psicológicas do Dinheiro”). Essencialmente, se tratava de um experimento semelhante ao de John Barg, mas com palavras e símbolos relacionados ao dinheiro, que os participantes não percebiam, mas eram repassadas ao seu inconsciente.
Nesse caso, os pesquisadores constataram que os membros do grupo que receberam anteriormente mensagens subliminares associadas a dinheiro persistiam o dobro do tempo na tentativa de resolver um desafio lógico-matemático de difícil solução. Por outro lado, esses mesmos participantes se mostravam muito mais egoísta quando se tratava de ajudar os colegas, ainda que a ajuda não os prejudicasse.
Ou seja, quando as pessoas estão rotineiramente submetidas a um contexto social em que o dinheiro é um assunto onipresente, elas se tornam mais determinadas, mas ao mesmo tempo mais individualistas.
Também em 2006, outro experimento demonstrou que um grupo de pessoas orientado a pensar em atos vergonhosos de seu passado antes de participar de um jogo de palavras tendia a escolher, no jogo, palavras associadas com limpeza. Esse teste progrediu para outro em que parte dos voluntários deveriam imaginar estarem praticando um homicídio – tal grupo, em uma posterior simulação de compra no supermercado, adquiriu mais produtos de limpeza (sabão, detergente, etc.) que os demais participantes.
A um resultado semelhante chegou o mundialmente aclamado neurologista António Damásio. Em 1996, ele desenvolveu uma série de testes que comprovaram que o ser humano não toma decisões racionais mesmo que o contexto exija racionalidade. Segundo a pesquisa de Damásio, tomamos decisões inconscientemente motivados por emoções e, disfarçando esse fato para nós mesmos, criamos justificativas aparentemente racionais para essas escolhas. Quando questionados, os indivíduos sinceramente afirmavam que sua escolha foi pautada por considerações racionais, mas Damásio desenvolveu uma espécie de jogo capaz de revelar quando, na verdade, as decisões eram tomadas por emoções.
Dezenas de outros experimentos similares estão sendo documentados nos últimos tempos, todos realizados e repetidos o número suficiente de vezes para serem validados segundo criteriosos parâmetros científicos. E em todos eles, os participantes afirmaram ao final não terem percebido as mensagens subliminares que influenciaram seu comportamento.
Todas essas pesquisas demonstram, de forma sólida e objetiva, que o pilar central das teorias psicológicas tradicionais realmente existe. Não se trata de uma pressuposição abstrata, sem fundamento: o inconsciente, aqui entendido como uma parte de nossa psique que escapa ao controle da nossa consciência, tem o poder de, frequentemente, dar a última palavra em relação ao nosso comportamento.
E a conclusão final desses experimentos bem resumida por Daniel Kahneman, psicólogo que ganhou o Nobel de economia por desenvolver uma teoria que estuda a tomada de decisão humana inclusive sob o enfoque econômico: gostamos de pensar que somos senhores de nossas atitudes e decisões, mas é um estranho quem conduz nossas vidas.
Após falar de algumas dessas pesquisas em seu aclamado livro Rápido e Devagar, Kahneman arremata: “você acabou de ser apresentado a esse estranho que existe em você mesmo, que talvez esteja no controle sobre grande parte do que você faz, embora você raramente vislumbre isso”.
E esse estranho é manipulável, facilmente influenciável. Um político habilidoso, uma agência publicitária ou mesmo um líder religioso que souber puxar as cordas certas será capaz de conduzir o seu destino como o de um marionete, por mais que você não admita isso, por mais que você se julgue especial e diferente de seus contemporâneos.
E tudo isso porque você está dormindo, neste exato momento.
Acorde.

Gurdjieff e o sonho acordado


O armênio George Ivanovich Gurdieff faz parte daquele grupo de loucos geniais do século XX, que misturavam insights reveladores com pirações às vezes perigosas, grupo ao qual pertenciam figuras como Colin Wilson, William Reich, Aleister Crowley, Jodoroswki e tantos outros doidos de variado grau de periculosidade social. Sabendo separar o joio do trigo, a teoria maluca das ideias proveitosas, podemos aprender um bocado com Gurdjieff.
Para ele, estamos sempre adormecidos, seja durante o sono noturno, seja com os olhos abertos ao longo do dia, ocasião em que nos iludimos de que estamos totalmente despertos.
Para entendermos o que ele quer dizer, precisamos compreender alguns aspectos elementares dos sonhos. Quando dormimos à noite, ficamos apenas parcialmente e não completamente isolados do mundo externo, sem perceber o que ocorre lá fora. Afinal, fechamos nossos olhos para dormir, mas não nossos ouvidos e os demais sentidos de nosso corpo.
Então, às vezes, percepções do mundo real vazam para dentro de nossos sonhos, e nós incorporamos esses estímulos ao que sonhamos no momento. Todos nós já passamos por esse tipo de experiência. Às vezes, sentimos sede e sonhamos que estamos bebendo água. Dentro de nosso sonho um carro buzina, um telefone toca ou alguém nos chama pelo nome, e logo em seguida despertamos para descobrir que no mundo real um carro estava mesmo buzinando, nosso celular realmente tocava ou alguém de fato tentava nos despertar.
Isso ainda acontece quando estamos supostamente acordados, pois em certo sentido ainda continuamos a sonhar, e quem sonha de olhos abertos é alguém chamado “Ego”.
E o ego sonha porque tende a organizar todas experiências do mundo em torno de si, como se tudo o que ocorresse tivesse ele, direta ou indiretamente, como protagonista, como personagem central para o qual todas as coisas, todos os eventos, convergem.
Assim, a única diferença entre estar dormindo e estar acordado seria apenas do grau de profundidade do ato de sonhar realizado pelo Ego. Isso porque os sonhos são formados por fragmentos de estímulos do mundo lá fora e por elementos que estão em nosso inconsciente. Há, por assim dizer, uma mistura de realidade e de subjetividade.
Durante o dia, a quantidade de percepções do mundo lá fora que vazam para esse nosso “sonho” é muito maior, e o Ego se encarrega de ajustar todos esses estímulos exteriores para formar uma narrativa coerente que confundimos com a realidade, mas que não passa de algo imaginado – pois, no centro da narrativa, nós somos os protagonistas e a verdade é que o mundo existe, as pessoas vivem e as coisas acontecem independentemente de nossa existência.
Vamos lembrar do exemplo da buzina e do celular. Quando estamos acordados, percebemos a realidade ao nosso redor, e estamos conscientes quando um carro buzina ou toca nosso celular. Podemos, assim, interagir com o mundo lá fora.
Porém, para Gurdjieff, não percebemos os estímulos externos tais como são, mas os selecionamos e os interpretamos conforme nossa perspectiva de Ego que está em parte acordado e em parte sonhando.
Da mesma forma como, enquanto dormimos à noite, a matéria de nosso sonhar é o conjunto de elementos pertencentes ao inconsciente somado a algumas percepções da realidade, enquanto estamos acordados durante o dia essas percepções, mais numerosas, são misturados pelo Ego condicionamentos da infância, traumas, preconceitos, desejos frustrados, temores, expectativas e pressuposições sobre como gostaríamos que as coisas fossem.
Para explicar esse processo, há um conceito muito útil formulado pela psicologia. Trata-se do fenômeno da projeção. Assim como um antigo projetor de cinema projeta na tela branca cenas de um filme, da mesma forma nosso Ego projeta nos acontecimentos suposições e circunstâncias que não são reais, mas que correspondem, de forma por vezes simbólica, ao que está dentro de nós e que somos incapazes de reconhecer conscientemente.
Estamos parcialmente dormindo nesse exato momento justamente porque nosso estado de semidespertar é repleto dessas projeções.
Esse é o motivo pelo qual, muitas vezes, um pequeno incidente no trânsito acaba em violência desproporcional. Também é a razão pela qual uma rivalidade entre torcidas de futebol pode ser a dar lugar a um homicídio, ou um pequeno desentendimento entre familiares ou amigos pode resultar num grande desentendimento, com todos magoados de forma incompreensível.
Matar por um time, agredir por causa de um pedaço de metal motorizado ou magoar-se por um incidente minúsculo: fatos insignificantes que resultam em grandes tragédias. É que, envolvendo os fugazes e pouco relevantes eventos da vida real, há camadas e camadas de projeções resultantes de nosso estado semidesperto.
Nesses casos e em muitos outros, quem discute, agride ou se magoa não está realmente enxergando o outro ser humano na sua frente, mas uma mistura da outra pessoa com uma projeção de algo que existe apenas na sua cabeça. Porém, como sonhamos acordados, julgamos ter existência concreta coisas que estão apenas em nossa mente. É assim que nosso Ego mantém uma narrativa coerente, mas falseada, sobre sua importância no mundo.
Mas se a diferença entre nosso sonho noturno e nosso sonho diurno está apenas no grau em que os estímulos internos vazam para nosso sono, há algum modo de realmente despertar?

E como despertar?


Para Gurdjieff haveria, ao lado do adormecer noturno e do “sonambulismo” diurno, um terceiro estágio de consciência. Esse seria o estado de pleno despertar.
É dessa forma que o bigodudo armênio definia o conceito oriental de “iluminação” e seus equivalentes ocidentais, como a “beatitude”: não haveria nada de místico nesses estados, o iluminado não seria alguém que atingiu um nível de espiritualidade superior. Quem se ilumina simplesmente acordou no sentido de não misturar e confundir as coisas do mundo real com elementos do seu mundo subjetivo – a vida lá fora não é mais uma tela branca na qual seu ego projeta, sem perceber, conteúdos que estão aqui dentro. Ele reconhece as coisas tal como são.
Essa, curiosamente, era a visão que outro maluco beleza, Wilhelm Reich, tinha sobre a personalidade de Jesus Cristo. Para Reich, não se tratava do “filho de Deus”, e tampouco de um alienígena ou ser de alguma forma espiritualmente distinto dos outros humanos. Ele teria sido apenas um homem que despertou mais do que seus contemporâneos, e seu assassinato não começou no momento da crucificação, mas quando seus discípulos passaram a tratá-lo como uma espécie de divindade, deturpando suas palavras.
Nesse caso teríamos, na história de Cristo, um ensinamento importante a tirar. Quando chegamos a esse terceiro estágio, a essa experiência de um maior despertar, aqueles que ainda estão dormindo e sonhando projetam em nós o conteúdo de seu sonho: não nos entendem e tampouco nossas palavras, então nos tratam como se fôssemos seres espiritualmente superiores. Isso é uma estratégia defensiva com a qual o Ego impede que possamos ir mais além e superá-lo. Afinal, se aquele sujeito que fala coisas maravilhosas não é como nós, mas sim uma criatura de natureza divina, estamos dispensados do compromisso de chegar ao estágio em que ele se encontra.
Mas no momento em que despertamos, já não nos enganamos mais e somos capazes, ao menos em parte, de reconhecer o mundo e as coisas tal como de fato são. Percebemos a realidade dentro da modesta capacidade de nossa consciência, mas essa capacidade está disponível em sua potencialidade mais plena pois não está contaminada por conteúdos do inconsciente. Estamos acordados e possuímos a noção mais precisa possível dos estímulos externos, de modo a perceber a complexidade e ambiguidade de cada situação ou ser com que entramos em contato, e a dificuldade peculiar de adaptá-los nas categorias mentais que nossa mente formula.
Mas ainda não chegamos ao que importa: há algum modo de não sonharmos mais?
Nesse ponto, a primeira atitude mentalmente saudável é abandonar qualquer tipo de obsessão pela ideia de “despertar”. Gurdieff era, em grande parte, obcecado com a noção de que podíamos atingir uma consciência mais plena, e exigia incondicional adesão de seus discípulos que deveriam fazer exercícios diários de atenção para não se deixar “adormecer” no cotidiano.
Porém, um dos segredos da vida que nos poupa de sofrimento desnecessário é não exigir de si um desempenho de perfeição a 100%. Admitir que a natureza humana é falha e que graus menores de sucesso, atingíveis sem o sacrifício de nossas relações humanas, são possíveis, é a atitude mais recomendável.
É por isso que se começarmos com uma compreensão de que qualquer pequeno despertar diário, por menor que seja, já é uma vitória, estamos no caminho certo. Seremos capazes de nos desculpar e compreender quando nos apanharmos dormindo diante de uma situação, projetando no mundo real o que é “sonho” de nossa mente, e seguiremos um trajeto suave, sem atritos e obsessões, para um caminho de melhor qualidade de vida.
E qualidade de vida é uma palavra importante, pois deixa claro que, nesse tópico, o fundamental é ser prático e não filosófico. Não queremos chegar a um estágio de superioridade metafísica – queremos é viver bem e reduzir o sofrimento dos seres ao nosso redor. Isso porque ainda não respondemos claramente como chegar a um maior despertar.
Ocorre que a segunda atitude mental saudável é não se deixar prender a qualquer filosofia ou doutrina específica que nos sirva como forma de despertar. Pois ao lado do risco da “obsessão”, também há o risco de “fanatização” com uma das variadas doutrinas e técnicas que podem nos fornecer para deixarmos de dormir acordados.
Porque há, sim, vários métodos capazes de servir como via para um maior despertar. O grande truque é considerarmos todos esses métodos e doutrinas como instrumentos, úteis dentro de determinados limites e contextos, e não como verdades absolutas que trazem a panaceia para nossa situação.
E se adotarmos essa postura, praticamente quase todas as atividades de desenvolvimento humano, da Yoga à prática de nosso esporte favorito, tornam-se ferramentas para o despertar.
Dito isso, uma das práticas mais antigas e eficientes para começar a trilhar o caminho de um maior despertar é a meditação. Por assim dizer, a ela é uma “tecnologia de despertar” desenvolvida no Oriente. Há, na verdade, vários tipos de meditação, e a experiência de cada uma delas é tão particular que é como se fosse uma roupa que se ajusta à cada pessoa conforme suas particularidades. Mas todas induzem, de uma forma ou de outra, nossa mente a ficar mais atenta aos seus processos internos e à relação com o mundo externo.
E modernamente, arrisco dizer que o Ocidente desenvolveu modernamente sua própria tecnologia de despertar, embora sobre ela ainda recaia muita incompreensão e acusações injustas, em grande parte vindas de pessoas que jamais tomaram o cuidado de realmente estudá-la com a profundidade e atenção que ela existe, e que confundem o mapa com o terreno que ele tenta representar. Trata-se da psicanálise, que se desenvolveu muito após o passo inicial dado por Freud (e as principais críticas de leigos voltam-se muito a esse fundador, ignorando o que foi revisto e reformulado ao longo de um século) e que nos auxilia a compreender até onde a nossa percepção do mundo circundante é afetada e mesmo falseada por elementos internos.
Existe, assim, um ponto de encontro entre a prática oriental da meditação e o procedimento ocidental da psicanálise. Seja pelo treino da desindentificação entre a consciência e os pensamentos (meditação), seja pelo trabalho de reconhecimento da representações emocionais/simbólicas (psicanálise), ambas as experiências partem de pontos díspares (a meditação, do treino da consciência; a psicanálise, do labor com o inconsciente) para atingir um objetivo comum: a habilidade de distinguir o que há de real daquilo que há de onírico.
Um mundo com pessoas mais despertas é um mundo de pessoas mais amorosas em suas relações e mais responsáveis em seus atos. Quem acordou um pouco mais do sonambulismo diário é capaz de ter a abertura necessária para construir uma sociedade realmente evoluída, em que o centro de nossas decisões não é o ego, mas o bem estar coletivo.
Fazemos, por fim, amizade com o desconhecido que há em nós e que comanda nossas vidas. Trazemos ele à luz, reconhecemos os seus objetivos confusos, medos ocultos e desejos inconfessos. E ele se torna menos manipulável, menos cego em seus passos. Na verdade, ocorre a fusão entre nós e uma parte de nosso ser que ignoramos. Por fim, abrimos nossos olhos um pouco mais, pois eles estão fechados neste exato momento, e sonhamos sem perceber.
Portanto, despertemos.



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