29 dezembro, 2022

Frestinhas 2023!



Você pode dizer que é lei da atração, mas é apenas receptividade ao que você já vibra.

É a frestinha minúscula que se torna o clarão no ambiente. Às vezes a frestinha é uma música, um aroma, uma oração, um olhar, uma meditação, um momento de apreciação, uma imagem, uma pergunta aberta... É o instante da pausa, de se posicionar no estado natural, no modo aberto/receptivo. Uma "vibe" diferente mudando a chavinha... e daí pronto, é automático, vai aparecer mais daquilo -  que podem ser encontros, livros, materializações diversas. Porque você então, viu

É curioso que a gente não perceba muito... que antes de algo aparecer, acontecer... a gente antes já tinha acessado a frestinha! Foi apenas a luz (éter - lucidez) que nos fez ver.

Lembre... quantas vezes já não aconteceu com você algo assim, como vou compartilhar. Eu me lembro de dezenas de acontecimentos incrivelmente mágicos à coisas muito banais, e é também sempre incrível quando interagentes me contam coisas assim, durante os processos! 

A imagem: Certa vez estava pesquisando sobre mulheres em obras primas de uma época, e passei a semana vendo e apreciando as imagens. Fui à uma consulta e ao meu lado sentou uma mulher inacreditavelmente idêntica. Ela praticamente tinha saído da figura para estar ali em carne, osso e movimento!

Então se algo assim simples acontece... é porque aquilo tinha entrado na minha atenção visível no campo aberto das possibilidades. Eu nem a teria notado se eu não tivesse já com aquela possibilidade de observação/decodificação.

A vontade: Tinha um livro de aromaterapia que eu queria muito ler, mas já não estava mais sendo editado e nenhum dos amigos da área tinha. Isso foi coisa de dias, entre a vontade e o livro na minha mão. Fui levar uma encomenda e estava na recepção com óleos essenciais, quando uma mulher puxou conversa comigo, falando que havia feito um curso justamente com aquela autora que era do livro que eu queria (eu nem tinha citado ela) daí falei que queria muito ler o livro dela, e ela disse que a pessoa que eu iria ver devia ter o livro... Comentei isso com a pessoa da encomenda, e ela falou... sim, eu tenho o livro dela! E claro, me emprestou!

A oração: O meu primeiro emprego aos 18 anos foi uma sucessão de sincronicidades e quase que de milagres que daria um filme! Ele também foi o desenho da minha vontade, desde o exato lugar e até mesmo o endereço. E teve um fato surreal. No primeiro dia de treinamento eu atendi um telefonema -  o que já foi incomum alguém ter sugerido isso -  e era uma criança perguntando se era da igreja X, eu ainda fiz que não entendi só pra ter certeza do que eu estava ouvindo... Acontece que uma amiga de uma vizinha, havia me pedido meses antes minha carteira de trabalho para levar justamente nesta mesma igreja!

Estar aberto, também pode significar basicamente acelerar ou atrasar a experiência. Por exemplo... lembro uma vez que eu estava fazendo hora extra no trabalho, apenas esperando chegar o fechamento do valor de um contrato. Era uma soma X... e eu fiquei olhando no sistema, acho que por uns 30 minutos a mais... esperando ver aquele valor... e nada... Na verdade o valor já estava lá, ele tinha sido dividido - o que até era comum, mas eu estava chateada por estar ali até tarde e não vi, só estava na espera de ver o valor X!

E não é sobre ação, porque você pode fazer estando estreito, condicionado. Ou você pode estar quieto e a experiência chegar até você. Outra coisa que tenho aprendido que não é sobre conscientemente resistir ou desistir... é independente disto, é apenas da vibração que prevalece.

As coisas nos encontram... ou somos encontrados? 

Teve uma vez que vi claramente um acontecimento simultâneo. Duas clientes - uma do sul e outra do nordeste - me falaram de uma fornecedora que queriam encontrar na cidade onde moro. Procurei de todas as formas, até liguei na prefeitura e nada de achar, e desisti. Ao mesmo tempo, uma vizinha estava me falando que ia levar um produto pra eu conhecer. Como muitas pessoas faziam isso, eu não achei nada demais. Isso deve ter durado umas duas semanas, até que ela veio e eu me surpreendo com o nome que vi escrito na sacolinha, era o tal nome que estava procurando! E não só, quando conheci a pessoa que fazia, eu falei... nossa tenho uma revista aqui com um produto igualzinho ao seu (que tinha por anos e super apreciava), e ela disse que era o produto dela mesmo. E acabou que ela se tornou uma fornecedora minha por muitos anos.

Mas, embora tenha coisas que gostaríamos, nem sempre conseguimos manifestá-las, porque há um conjunto de valores, crenças, imagens, sons, cheiros, afetos, permissões ou não em nossos sentidos. Há bloqueios, aberturas e com isso tempo pras coisas se processarem! Mas é certo que, quanto mais conseguimos olhar para os bloqueios, crenças negativas, mais disponíveis à ver estaremos, e mais fácil então daquilo estar em nossa vibração/mente - e então de nos encontrar com aquilo que também está nos buscando no campo de possibilidades. Simplesmente porque vimos

É a mente. E a mente pode estar num túnel - estreita, limitada - ou estar no alto de uma montanha - expandida, livre, até ilimitada! E tudo bem que nessa viagem haverá horas de passar por túneis e horas de apreciar as montanhas... 

E com coisas muito ruins que nos acontecem, então somos responsáveis? Primeiro que experiências consideradas ruins, podem ser apenas julgamentos de que sejam ruins. Segundo, existem informações prévias da ancestralidade, da cultura, do meio que vivemos (etc),  ao qual fazemos parte - à priori agiremos sempre conforme as vibrações existentes. E de que forma iremos responder ao que nos acontece, também leva tempo... Se culpar, apenas vai ajudar a reforçar o ego, a não considerar o todo!

Bom, isso tudo é pra gente refletir um bocadito nas possibilidades de romper com certas escolhas possíveis de identificações, com aquilo que você recebeu e como as interpreta hoje...  E pra lembrar que sim! Há outras escolhas diversas e possíveis no campo das infinitas possibilidades, ainda que leve tempo pra gente se desidentificar... e assim ir no embalo das frestinhas e poder ver com sabedoria, tendo também amor e paciência pelos nossos processos.

E  já vai ser bem bacana... se apenas a gente ousar perguntar mais do que ter respostas!

Um 2023 pra você cheio de frestinhas, que possibilitem as melhores escolhas pra você experienciar e que igualmente tragam benefícios à maioria!


Com carinho, 

Milene C.S.


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04 novembro, 2022

Absurdos

Por mais que a gente saiba, ainda é sempre um espanto.

Ontem assistindo ao Profissão Repórter sobre as eleições. E a resposta de 99% dos eleitores é que vota/votou em Bolsonaro pela defesa da família. Outros, além da família, pela pátria... Outros ainda acreditam firmemente na fakenews do momento: banheiro unissex!

O slogan "Deus, Pátria, Família" se vendeu sozinho, sem nem se quer um representante que o sustente.

E nem vou citar aqui cada absurdo disso tudo, pq nem vale à pena, pra quem não quer mesmo ver.

Boatos e mentiras voam e prejudicam todo um coletivo.

Lamentável.


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30 setembro, 2022

Tiago Iorc - Masculinidade



Uma pena que possivelmente pela letra este clip tão seja pouco conhecido...



 

11 setembro, 2022

Sinais

Talvez seja algo que aconteça mais para umas pessoas do que para outras, não sei... mas eu costumo receber sinais, mensagens, sonhos... pouco decifráveis... mas que mesmo assim é uma forma boa de confirmar que tudo está certo.

Primas

Eu não tenho uma teoria específica como o espiritismo, por exemplo, sobre uma crença do que acontece no pós morte. Mas... imagino que em algum momento, tudo se dissolve, primeiro numa reintegração aos elementos, e em algum momento à Unidade. 

Minhas primas - mãe e filha morreram num acidente de carro. Nessa época eu devia ter uns 20 anos. Minha prima estava trabalhando perto de casa, e estava indo com mais frequência nos ver. Ela gostava muito da minha mãe, e elas tinham uma relação com muito vínculo. A Regina era uma pessoa daquelas que a gente considera boa, tranquila, super prestativa, cheia de dotes pra fazer de um tudo. Eu tinha mais contato com as filhas dela, e a Kelly era pequena, nessa época ela devia ter uns 11 mais ou menos. A última vez que a vi, lembro que fiquei impactada do quanto ela havia crescido (espichado!), e nem fazia tanto tempo assim que não a via. Ela estava bem quietinha, e no meu quarto que tinha uma escrivaninha, me pediu papel e caneta para escrever algo que, segundo ela, uma amiga tinha escrito para ela e ela queria também escrever para mim...

No dia do acidente, a Regina foi em casa, foi convidar minha mãe pra ir com ela, mas minha mãe estava indisposta. Lembro nitidamente de abrir a porta para a Regina, porque me deu muita vontade de abraçá-la... A gente já nem se cumprimentava fisicamente, porque ela estava trabalhando há poucos meses perto de casa e acabava indo lá com frequência, e eu só dava um oi.

A Regina e a Kelly eram mãe e filha muito ligadas... de uma certa forma seria impensável em imaginá-las separadas!

Bem, a tal cartinha guardei em cima do armário numa caixa. E estranhamente me esqueci dela. Fui reencontrá-la no fim daquele ano, num dia que era aniversário dela ou da irmã dela (eram datas próximas) - não me lembro exatamente.

A cartinha:




25 agosto, 2022

Quem aprendeu a dialogar?


Milene S.

Muitos de nós, e principalmente das gerações anteriores viveram em regimes autoritários. Basta conversar com um pai, um avô, uma avó, tia, etc, para saber que bastava um olhar de um mais velho para entender. Que muitas coisas eram feitas escondidas e que não se conversavam sobre assuntos importantes, tidos como "tabus".

Essa autoridade toda tem inúmeras sequelas. Não aprendemos a dialogar, escutar e falar.
Onde a autoridade reina, não há espaço para expressão, conversa, diálogo.
E pior, se toma aquele que pensa diferente como inimigo!
E claro, que vemos o ápice disso nas escolhas importantes de uma nação! E alías, pra quem é de décadas passadas vai lembrar que assuntos como política, religião e briga de casais não podiam ser falados, o que dirá discutidos!

O modelo da autoridade é inconscientemente buscado, como modelo de permanência colonialista, "hetero-patriarcal". Como um modelo que supostamente "protegeria".

Hoje vemos centenas de pessoas ditando regras na internet, faça isso, não faça aquilo... faça assim e assado. E milhares de seguidores... Isso também reflete a almejada autoridade, alguém para dizer o que fazer + alguém para obedecer. Nada contra quem tem o conhecimento e o bem comunica/compartilha, mas há uma idolatria em pessoas bem longe de serem endeusadas! Aliás qualquer endeusamento já é um alerta para quem está precisando acordar desse pesadelo colonial.

Não só buscamos autoridade, como também desejamos ocupar esse lugar de "destaque". Há muitos exemplos, mas vou citar a mais clássica: a falta de tempo, a ocupação exagerada - que se tornou status. Afinal, pessoas tidas como autoridades sociais não desperdiçam tempo. Logo, o seu tempo e portanto elas próprias seriam especiais!

A autoridade se reflete em tudo, sentimento de inferioridade é o caso típico de quem agora precisa se mostrar superior e ordenar a quem está abaixo por ter aprendido assim.

Aparece também no isolamento, pois aquele que não pode se expressar acaba se retirando. Muito diferente de quando há trocas, onde sentimentos de afeto podem então serem cultivados.

E nas relações entre casais, filhos, etc, a autoridade também se mostra quando nos trancamos em posições fechadas, limitadas, autocentradas, com pouco ou nenhum espaço de diálogo.
E sofremos pensando o que o outro pensa ou pensará sobre nós, afinal imaginamos que o outro assim como nosso também modelo colonialista interno, também "conclui".
Aquilo que ouvimos das figuras de autoridade era uma sentença, sem abertura, sem tempo ou jeito para nos ver... isso pode dar tanto medo quanto ser buscado e sem dúvida, é replicado sem consciência, de inúmeras outras formas.

Não há espaço específico para exercer o diálogo - a comunicação com troca. A nossa família, parceiro, amizades, trabalho, etc, são esses espaços. Mas, infelizmente há muita resistência, mal-entendidos e até brigas. Então, é um trabalho educacional, de buscar referências, de tomar muita consciência sobre os padrões, de liberação do nosso medo ainda infantil das sentenças que nos fecharam, de voltar à curiosidade pelo outro, de conceder tempo, escuta atenta, olhar e compreensão.


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12 agosto, 2022

Somos a nossa comunidade - Nilton Bonder


Palestra excelente do rabino Nilton Bonder - Somos a nossa comunidade no Café Filosófico - CPFL.

Nilton começa discorrendo sobre a grande descendência de Abraão (consciência), não apenas consanguínea como geralmente é interpretada.

Discorre amplamente sobre a bondade para além do eu, de como fazemos da bondade autocentramento, base de trocas, mercantil.

Entre outros tópicos... 

Vale muito ver!




18 julho, 2022

Amor ao primeiro filho

Acho que os melhores filmes que assisti até hoje, vi todos na TV Cultura, nas mostras de cinema internacional. Durante um tempo ficou sem ter filmes... e agora aos domingos às 22:30h, tem cine Cult.  Ontem, foi dia do francês Amor ao Primeiro Filho (e olha que legal, dá para assistir esse no YT: https://www.youtube.com/watch?v=gB-NG8ShB-E)

Filme leve, divertido, com ótimo roteiro e perigas de descer umas lágrimas mais ao final. Fica a dica!



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19 abril, 2022

Ego

          "Compreender a natureza do ego e seu modo de funcionamento é

de uma importância vital se desejarmos nos libertar do sofrimento."


~Matthieu Ricard



por Milene C. Siqueira


Ego é uma palavra de origem latina que significa "eu". É um termo principalmente Psicanalítico, "freudiano", para o centro consciente. É tanto o que media, o que decide entre id (instintos, prazer imediato) e superego (valores morais, limites, censura), quanto o que integra essas duas instâncias. Um ego dito forte, pela psicanálise, seria um melhor equilíbrio entre id e superego - ou seja, uma boa administração do ego entre desejos e realidade.


O ego vai sendo formado pela interação dos cuidadores (em geral, a mãe) e do ambiente, constituindo aos poucos - junto a tudo que vai sendo rechaçado (sombra/conceito junguiano) - uma persona. O ego é basicamente o ego do outro refletido em nós. E que continua pela vida sendo reforçado nas relações, e só é minimizado (ou expandido na consciência) quando pode ser observado, movendo-se no eixo do ponto fixo.


Nas filosofias e religiões vamos ouvir as mais diversas opiniões sobre a palavra ego, ou referências similares como eu, eu pessoal, eu inferior, eu menor, eu falso. E também vilão, inimigo, demônio, etc. E vai desde a recomendação para eliminação, dissolução, anulação até a integração, transcendência.


Mas como anular, eliminar ou transcender o que nem reconhecemos?

Aliás, quem teria interesse em eliminar o ego que não o próprio ego?

Matar, eliminar e mesmo lutar contra o ego não são condições possíveis. E até se diz que não dá para matar aquilo que nunca de fato nasceu.


Integrar e transcender são palavras mais adequadas ao tratamento do ego. Porém, não há integração e transcendência sem reconhecer, sem investigar a existência de um eu que não é "encontrável", permanente, mas sim transitório e interdependente.


O ego é uma estrutura importante, sem ele não teríamos como e nem para o que observar. E não o teríamos como facilitador da expansão da consciência. Porque é também através do ego, como centro da consciência, aquele que é capaz de elaborar os conteúdos do inconsciente - no ambiente analítico - através de recursos como a fala, escrita, arte e meditação (analítica principalmente). Sem o instrumento que é o ego, também não estaríamos aqui lendo e discernindo.


O nosso problema com o ego é a exagerada identificação ao eu, que ativa mecanismos de defesa (projeção, racionalização, fantasia, etc). É quando estamos servindo ao ego, ao invés dele nos servir.


E paradoxalmente, embora o ego tema "morrer", ele está também na busca da sua ausência.

Poder ser espaço - ou buscar apoio para - é observar a composição das crenças estruturais e poder sair do jogo de ganha e perde, das comparações, do julgamento, do egoísmo/autocentramento, da cobiça, inveja, do sofrimento, da separação, e da constante luta interna entre o querer (desejo) x o poder (realizar).



"Como dois pássaros dourados pousados no mesmo galho,

infinitamente amigos, o ego e o Eu habitam o mesmo corpo.

O primeiro ingere os frutos doces e azedos da árvore da vida;

o segundo tudo vê em seu distanciamento."


~Mundaka Upanishad






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