24 outubro, 2014

Vida!



"Eu não sou meus pensamentos, emoções, percepções de sentido e 

experiências. Eu não sou o conteúdo da minha vida. Eu sou a vida. Eu 

sou o espaço em que todas as coisas acontecem.

Eu sou consciência.

Eu sou o agora....Eu sou!" 


 Eckhart Tolle



Lotus Flower IMG_1741 by Bahman Farzad, via Flickr









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23 outubro, 2014

Mais uma passagem

Nesta segunda uma prima doce e querida, a Bia, partiu para o mundo espiritual, aos 33 anos. Justamente 1 semana após meu avô também ter partido. 

Uma prima dizia à outra: parece mentira que estamos aqui no mesmo banco, no mesmo dia da semana, na mesma hora, pelo mesmo motivo...

É, a vida tem seus mistérios...

A Bia tinha lúpus, desde 13 anos mais ou menos, período em que vai se ganhando corpo de mulher, a Bia já teve que lidar com mudanças bruscas e inesperadas, inchaços, vermelhidão no rosto, limitações, disformias, dores, desconfortos. Lembro do bebê lindo que foi a Bia, gorducha, olhão, cachinhos dourados. Casou há 3 anos, talvez um dos dias mais felizes, namorou muito tempo, acho que uns 10 anos + ou -, e agora em 2014 tinham mudado para a casa que construíram. Bom, cerca de 6 meses após o casamento ela foi hospitalizada, e desde então os cuidados aumentaram. Há uns 4 meses teve uma embolia pulmonar, quando por coincidência meu avô teve um pequeno AVC, mas depois que foi para casa, parecia animada. E como sempre estava se recuperando e continuava em tratamento, acho que ninguém imaginava que isto aconteceria.

Como moramos longe, meus contatos com ela eram espaçados, e nos encontrávamos nos Natais ou outras festas, ou no Face... Mas sabia que ela gostava de mim, e eu dela, aquelas afinidades especiais, era uma querida, uma menina desde cedo meiga e inteligente. Daquelas que não perdia o Jô Soares, bordava e devorava livros.

Há cerca de 2 semanas, ela perguntou se eu tinha whatsapp, e abriu um grupo de "primas", compartilhando vídeos e tal... Bom, confesso que tenho certa preguiça, já passei pelo tempo dos powerpoints e vídeos da vida... e só de vez em quando que vou lá olhar o que me mandam.

Só ontem que vi um último vídeo que ela postou no dia 13. Me emocionei, com a última mensagem bíblica que fala de confiança, da lembrança do poder que carregamos, que alguns nomeiam de Deus, outros de Eu Superior, Eu Verdadeiro, Self, mas que independente do nome é a energia criativa que nos mantém e que realiza. A Bia desde muito nova, precisou saber disso, a confiar no poder Supremo, a olhar para o coração das pessoas, a amar, e a ser amada pela sua essência. Continuou doce, apenas mais doce e deixou saudade...
Foi a sua mensagem de despedida.

Uma mensagem de confiança e da verdadeira autoestima (ando escrevendo sobre para um post em breve):








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14 outubro, 2014

Passagem

Ontem meu avô partiu, dos seus 14 filhos vivos, foi ao lado do meu pai, seu filho mais velho que herdou o mesmo nome, que se despediu da vida no leito do hospital.

Já vinha se despedindo... ao longo dos anos... a mágoa pelo filho caçula que agiu diferente do que ele pretendia foi dura, deixou o mais bravo e amargo, não perdoá-lo endureceu seus joelhos. Por fim, a vida os fez dobrar, já mal ficava sozinho em pé.

Admirava meu avô, era uma fortaleza, parecia estar sempre refletindo, observando, e tinha um sorriso fácil no rosto por de trás da "brabeza". Com minha avó teve 15 filhos, um falecido jovem, 14 trabalhadores, sem vícios. Era duro, foi austero demais com os primeiros filhos, quis dar boa educação e conseguiu. Já minha vó foi a parceria ideal, tratou de dar o doce aos filhos e ao companheiro, em palavras, gestos e muitas compotas também! E se não tinha doce, meu vô comia açúcar do pote! Não dá para condenar, era forte, yang demais... precisava do açúcar yin. Sempre via os dois se comunicando, acho que às vezes nem entendiam o que diziam, mas eram cúmplices, se compreendiam.

De tanta brabeza, rendia medos e comentários na família. Sempre achei graça. Ninguém entendia que ele apenas fazia a hierarquia ficar em ordem, acima de qualquer coisa. Não entendia a modernice, também para quê?

Eu não pude ir ao velório, que foi feito à moda antiga, na casa. Acho isso bom. Integra. Morte faz parte da vida, como diz minha mãe, e como disse minha vó ao meu pai tempos desses: é assim Deus trais, depois 'recoie'.

Há uns dois anos, ele quis que meu pai o levasse no cemitério, foi acender velas para os antepassados. O cemitério não é longe, mas é no alto. Fui junto, fiquei contemplando, lugar bonito, de paz, ao redor de muitos pinheiros e ciprestes no alto.

É estranho saber que no Natal ele não estará lá na sua cadeira, ou no banco de fora da casa nos esperando para dar sua benção... Estará lá no alto, mais próximo dos pinheiros e das próprias raízes. Foi "recoído" por Deus.



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10 outubro, 2014

Lucy & Matilda




"É engraçado eu estava tão obcecada em saber quem eu era e quem queria ser, e agora que atingi a profundeza do meu cérebro vejo que o pensar em si mesmo e nas suas ambições é primitivo. E é uma barreira" 


Lucy é uma Matilda crescida e à la vingadora... não lembro tão bem do filme Matilda - mas lembrava da Matilda assistindo Lucy, enfim...qualquer dia de curiosidade revejo Matilda - que aliás é bem bacaninha.





As cenas de bang bang em Lucy ficam para arrecadar bilheteria, mas não desmerecem a filosofia do filme e a atuação hipnótica de Scarlett Johansson.

Boa pedida para o findes!





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27 setembro, 2014

A rua de gerânios



Numa rua cinzenta e triste de um bairro operário de Liverpool, uma mulher colocou um vaso de gerânios na janela. Dois dias depois, sua vizinha da frente por inveja, ou porque notou que os gerânios eram bonitos colocou dois vasos de flores. Alguns trabalhadores, voltando para casa, notaram duas janelas diferentes. Suas mulheres, vaidosas, resolveram também comprar flores. Um mês depois, todas as janelas da rua tinham pequenos jardins. Alguém pintou a fachada do lugar onde morava, já que a beleza das flores realçava a feiura do resto. O exemplo foi imitado. Um ano depois, a cinzenta e triste Rua de Liverpool se transformou num modelo de urbanização. Hoje, cinco anos depois, o bairro inteiro está sendo modificado, com apoio da prefeitura. 

Tudo porque, um belo dia, alguém colocou um vaso de gerânios na janela.

(Paulo Coelho)



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26 setembro, 2014

Arom'Arte - Loja e Site novos!


Ôba, chegou a chuva!!!

E também a Loja Virtual! Ufa......

Além do layout mais claro/leve, quis manter o estilo de simplicidade em ter tudo em uma tela de rolagem, tendo tópicos de fácil acesso que agora estão fixos no topo.

Então, clicou no carrinho, retorne a página e vá seguindo pela barra de rolagem ou pelo menu fixo.

Voltar rápido ao topo? De qualquer lugar da página rápida subida pela seta que aparece na barra direita conforme vai rolando a página.

Como o PagSeguro mostra o frete somente antes de concluir a compra, coloquei um simulador - com base em peso de 301 grs  à 1k. É só inserir seu cep com ou sem hífen e pronto. Especialmente para quem compra à primeira vez e tem dúvidas de valor e prazo.

Inseri um destaca-palavra - só que é necessário acentuar a palavra, o ideal é digitar, e depois clicar no menu e ver o destaque em amarelo. Muita gente não conhece mas opcionalmente use o CTRL + F do seu teclado, que faz o mesmo e até melhor!

Antes havia uma tarifa para o boleto, que é padrão de cobrança de encargo do PagSeguro, agora ela está isenta! Melhor para quem paga por este meio.

As imagens pequenas, ganharam lente de aumento para os detalhes - como dos colares Graal - é só passar com o mouse sobre as imagens.

Agora tem imagem botânica ao lado de cada óleo essencial!

Os óleos vegetais de coco Babaçu e coco Palmiste agora estão em 'aba'/menu separados.

E o Inspira volta em breve.

E para a semana, imagens dos frascos a ser inserida e atualização da página "Como Comprar".

Do site:

Imagens novas, informações adicionadas e revisadas, texto em html (antes estava como imagem).

Menu à esquerda em cada página e acesso fácil à Loja sempre à direita.

Caso prefira o menu da página principal - que é deslizante/vertical - basta clicar sobre o logo Arom'Arte para ir direto para a Home.

O texto do filme O Perfume ganhou página nova no site, com música do filme!
O Ciclo do Feminino tá diferente - dá uma conferida no novo!

O site foi testado nos navegadores mais populares (IE, Chrome, Firefox), mas como há uma diversidade grande atualmente para navegadores pode não ser visualizado tão bem em alguns, o que é sempre um dilema para programação.

E para ajustar bem à sua resolução de tela clique CTRL + ou -

E qualquer dúvida, sugestão, por favor,  informe!

Enfim, com o novo layout espero que seja uma inspiração de arte para você, e de aromas para se colocar na vida. Que traga um tanto de deleite e de harmonia... Nessa vida tão agitada, as pausas são mais que necessárias, ainda que curtinhas, importa é que hajam..... desejo que você inspire-se!
Lá, não tem anúncios pipocando, não necessita curtidas, necessita você lá lendo, estando presente, respirando junto, lembrando do prazer que o equilíbrio da natureza nos dá.

Demorou um pouco, mas ter a 'casa' arrumadinha é um prazer, até para que venham mais artigos, composições, enfim...

Muito obrigada pela confiança destes anos de Loja Virtual.

(Ah, como andei perdendo uma parte do meu mailing, peço que envie através da página da Loja ou do e-mail aromarte@aromarte.com.br, seu contato - nome/e-mail, para receber as notificações de novos artigos e ocasionalmente de ofertas.)

Milene Siqueira



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28 agosto, 2014

Óleo de coco - ação mais potente que fluconazol para cândida em estudo/2007

 2007 Jun; 10 (2): 384-7.

Nas propriedades antimicrobiana in vitro do óleo de coco sobre espécies de Candida em Ibadan, na Nigéria.

Abstract

A emergência da resistência antimicrobiana, juntamente com a disponibilidade de menos agentes antifúngicos com ação fungicida, levou este estudo para caracterizar as espécies de Candida em nosso meio ambiente e determinar a eficácia do óleo de coco virgem como um agente antifúngico sobre estas espécies.
Em 2004, 52 isolados recentes de espécies de Candida foram obtidos a partir de amostras clínicas enviadas para o Laboratório de Microbiologia Médica, University College Hospital, Ibadan, Nigéria. 
Sua sensibilidade ao óleo de coco virgem e fluconazol foram estudados por meio da técnica de difusão em ágar. Candida albicans foi o isolado mais comum a partir de amostras clínicas (17); outros foram Candida glabrata (nove), Candida tropicalis (sete), Candida parapsilosis (sete), Candida stellatoidea (seis), e Candida krusei (seis). C. albicans teve a maior susceptibilidade para o óleo de coco (100%), com uma concentração inibitória mínima (MIC) de 25% (diluição 1: 4), enquanto que o fluconazol tinha 100% de sensibilidade para uma MIC de 64 mcg / ml (1: 2 diluição). C. krusei apresentaram a maior resistência ao óleo de coco com um MIC de 100% (não diluído), enquanto o fluconazol teve uma MIC de> 128 mcg / mL. 
Ressalta-se que o óleo de coco foi ativo contra espécies de Candida em concentração de 100% em comparação com o fluconazol. O óleo de coco deve ser usado no tratamento de infecções fúngicas em vista de espécies de Candida resistentes a drogas emergente.

fonte: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?Db=pubmed&Cmd=ShowDetailView&TermToSearch=17651080&ordinalpos=1&itool=EntrezSystem2.PEntrez.Pubmed.Pubmed_ResultsPanel.Pubmed_RVDocSum



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09 julho, 2014

7x1

Eu nunca liguei para futebol, nem na copa sou uma entusiasta. Jogo é assim às vezes perde, às vezes ganha, né? É jogo. Mas achei curiosa a derrota ontem. Aliás já achei terrível o drama emocional dos jogadores no jogo anterior, uma carga emocional gigantesca, já se via que ia ser bem difícil pensar em jogar com os "frios" europeus - afinal frieza emocional também é sinal de estar mais próximo do equilíbrio. 
Acho meio doida essa responsabilidade que se atribui para dar 'alegria' ao Brasil... Enquanto os jogadores queriam dar a "emoção" que anestesia, os alemães deram uma demonstração do que é planejamento para tocar a bola para a frente.

Na Copa eu acabo vendo umas partes do jogo e em bom jogos dá até gosto de ver, e só de ver partes já dava pra saber que o Brasil não andava jogando bem... E só se falava em Neymar, o time era Neymar. E quando ele - por sorte e proteção - saiu não havia portanto nada... a comoção era meio absurda, mas tão absurda que era real. Que ilusão move-nos? Quando vamos nos responsabilizar, crescer no coletivo e no individual?

E depois ouvir o Felipão. A responsabilidade seria toda dele. Achei até bacana, pela maturidade puxar qualquer responsabilidade pesa menos. Mas não existe um fator, é sempre um conjunto que as determina. E as pessoas vão continuar se iludindo que existe "uma" justificativa, até quando?
Que bom que perdemos tão feio! Tudo é bom, e acordar é necessário.









18 junho, 2014

Da semente à flor

49 - Amor 

A semente nunca está em perigo, lembre-se disso. Que perigo haveria para a semente? Ela está completamente protegida. Mas a planta está sempre em perigo, a planta é muito delicada. A semente é como uma rocha, dura, protegida por uma crosta grossa. Mas a planta precisa enfrentar mil e um
perigos. E nem todas as plantas atingirão o estágio em que poderão florescer em mil e uma flores…

Poucos seres humanos atingem o segundo estágio e, desses, muito poucos atingem o terceiro, o estágio da flor. Por que não podem atingir o estágio da flor? Por causa da ganância, por causa da miséria, não estão prontos para dividir… por causa de um estado em que há falta de amor. É necessário coragem para tornar-se uma planta, e é necessário amor para tornar-se uma flor. Uma flor significa que a árvore está abrindo seu coração, liberando seu perfume, oferecendo sua alma, vertendo seu ser na existência. Não continue sendo apenas uma semente. Reúna coragem: coragem para deixar para trás o ego, coragem para deixar para trás sua segurança, coragem para se tornar vulnerável.


(Osho - tarot da transformação)





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17 junho, 2014

Encantador?

Mais um da série teorema de Jung: melhor ser inteiro que ser bom!

Eu, que até já comentei aqui pelo blog do trabalho 'encantador' de Monty Roberts, fiquei surpresa ontem assistindo a reportagem da Record. Lembrando de algumas frases ditas por ele, talvez hoje (mais sabida que ando!) ligasse o pisca alerta! Talvez...

Injustificável o espancamento ao cavalo Pampa. Injustificável. Mesmo a tudo de 'bom' que Monty Roberts possa ter feito, o que foi filmado deixou a mostra todo ego de Monty. Surreal. E lamentável pelo cavalo Pampa e vai saber a quantos mais... 

Todos nós sofremos um pouco dos nossos efeitos sombras, mas quando algo assim se destaca, também nos ajuda a observar a nós próprios também, a vigiar nosso ego. 
Em tempos de ostentação declarada, de grupos cada vez mais seletos e conceituosos (já que ninguém enxerga a exclusão de quem não siga suas ideias) e onde todos temos a oportunidade de ter nossa própria 'Caras' mostrando apenas o melhor de nós para ser curtido... há de se redobrar a vigilância. 

Sobre a reportagem referida: http://www.anda.jor.br/17/06/2014/reportagem-sugere-monty-roberts-responsavel-espancamento-cavalo-video

02 junho, 2014

Graal - Colar com cálice para Aromaterapia


Graal é o nome dos colares com cálice para a Aromaterapia - da Arom'Arte! Os colares com depositório para aromas são conhecidos há bastante tempo, com a utilização de algodão, feltro ou filtro de cartão para gotejar os óleos essenciais. Geralmente feitos em cerâmica, vidro ou prata.

Os colares aromaterápicos são uma forma prática de manter contato com o óleo essencial, sendo percebido olfativamente de forma não constante - como acontece com o Inspira, por exemplo - mas sim sendo percebido de forma esporádica durante o seu uso. Por isso são usos terapêuticos com adequações diferentes. Enquanto o óleo essencial no Inspira necessita de 15 a 20 minutos de uso com resultados rápidos - pois a cada respiração o óleo essencial também é conduzido - o colar é como um difusor pessoal - nome pelo qual também é conhecido, e tem uma forma mais sutil de condução do aroma, porém igualmente efetiva já que a ação é do óleo essencial. São diferentes formas de uso que se adequam as necessidades e estruturam o resultado!

 O colar é uma companhia aromática para o dia a dia, com as gotículas dos oes que sobem e alteram sutilmente a percepção, elevam a frequência emocional e dimensionam o resultado desejado.



Há algum tempo eu desejava muito uma forma simples e também bonita e moderna de fazer uso dos colares, e daí a ideia do Graal. 
Os pingentes são simbólicos, com referência à natureza e a significados sagrados. Os cordões são coloridos, básicos, e com cerca de 35 a 40 centímetros e podem ser ajustados conforme se desejar - deixando mais longo ou mais próximo ao colo.

Colocar o óleo essencial é bem simples:

O colar já vem com um algodão inserido - sugiro que o retire para gotejar o óleo essencial, evitando colocar direto para não manchar, evitar que caiam muitas gotas (uma é o suficiente) e também para não aromatizar o cordão já que com a troca do algodão, pode-se usar outros aromas. 

1- Retire o algodão
2- Goteje o óleo essencial ou sinergia escolhida
3- Recoloque
4- É bem simples, mas pode optar por usar um simples palito tanto para a retirada quanto para a colocação do algodão.


Para limpeza use um cotonete embebido em álcool.


Importante:
A Aromaterapia se dá pelo uso apenas de óleos essenciais, que são de natureza orgânica, 100% natural - nunca utilize essências sintéticas. Mas pode ser usado com óleos essenciais diluídos em óleos vegetais.
Sempre consulte precauções dos óleos essenciais, e tenha cuidado especial com gestantes, epilépticos, idosos e crianças.


Clique aqui, e adquira na Loja Virtual Arom'Arte seu colar Graal!

E visite a página Graal no site.

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Conservação da Prata:

Peças em prata naturalmente oxidam com o tempo e diferem conforme cada pessoa, use um 'paninho mágico' ou líquido Limpa Pratas à venda em relojoarias e lojas especializadas para limpar o pingente. Use um cotonete nas pecinhas menores e detalhes. Quando não estiver em uso, guarde em saquinho ou dentro de um plástico.








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www.aromarte.com.br

17 maio, 2014

A Festa de Babette - A Graça Infinita

Já vi o livro A Festa de Babette na prateleira da biblioteca e às vezes me pego pensando porque não o peguei para folheá-lo (a cruel não escolha), afinal é um filme tão instigante... Ainda tenho o VHS do filme. Hoje, resolvi revê-lo mas no YouTube, que tá a um clique de distância.

E é assim né.... toda vez que relemos um livro, ouvimos uma palestra sobre o que já (achávamos que) sabíamos, nos pegamos vendo, ouvindo, sentindo outra fatia que nos surpreende.
E não foi diferente hoje com A Festa de Babette, no qual eu só lembrava do tema central, da alquimia produzida pela Babette. Hoje, talvez por ter a lembrança viva do tema central estampado, reparei mais no que não notei (e como é que não notei antes? rs). 
É, esse filme fala do que é mesmo sem ter sido. Das escolhas não feitas, que tanto nos martirizam, já que em qualquer escolha, há uma não escolha. Mas o filme declara a essência por trás das escolhas, porque há a Graça em tudo, sempre presente, ofertada como banquete ainda que o negamos. O discurso do general explica:
" (...) na nossa humana debilidade cremos que devemos escolher nesta vida. E trememos ante o risco que corremos. Nossa escolha não importa nada. Chega um tempo no que se abrem os nossos olhos e chegamos a compreender que a graça é infinita (...)"

E durante todo o banquete onde a atenção se tenta desviar para que não se comente sobre a comida (vista como blasfêmia), é a própria escolha sem escolha!

Dias atrás eu falei por aqui sobre escolhas, fico entusiasmada com escolhas viu, confesso... tenho um peso pessoal para as escolhas. 
Mas hoje revendo esse filme ele me deu um baile nessa questão. Não há escolhas de fato. Tudo vem e permanece no coração, é o coração que nos dirige, mesmo que ainda não façamos a escolha 'condizente' passamos ainda assim a viver no que o coração conduz. Como o general que sem escolher a filha do pastor, passou toda sua vida com ela...
Quem escolhe é o coração. Portanto a escolha racional que fazemos pouco, ou nada, importa.

O coração que está conectado à Graça, independe da escolha - já que a Graça é infinita.

O filme termina na controversa esperança da filha do pastor no reconhecimento futuro através do mundo celestial, enquanto se viu acontecer o grato reconhecimento em cada presente, na Graça de cada dia, de cada evento, dos encontros, das sincronicidades, e tal controvérsia talvez porque também não nos atemos, não compreendemos que a Graça nos permeia o tempo todo - ao invés de uma promessa futura. E como continuou o discurso do general: "a Graça não impõe condições, e dirá: o que escolhermos nos é concedido; o que rechaçamos também nos é dado. Inclusive nos é devolvido aquilo que tiramos. Porque a misericórdia e a verdade se encontraram e se beijaram." 

E segue o discurso original do livro traduzido que achei na sequência:

A misericórdia e a verdade, meus amigos, encontraram uma à outra. A retidão e a bem-aventurança devem beijar uma à outra. O homem, meus amigos, é frágil e tolo. A todos já nos foi dito que a graça divina encontra-se por todo o universo. Mas em nossa tolice e miopia humanas, imaginamos ser a graça finita. Por esse motivo, trememos. Trememos antes de fazer nossas escolhas na vida e após tê-las feito trememos de medo de ter escolhido errado. Mas eis que chega o momento em que nossos olhos estão abertos e vemos e percebemos que a graça é infinita. A graça, meus amigos, não exige nada de nós senão que a aguardemos com confiança e a reconheçamos com gratidão. A graça, irmãos, não impõe condições e não escolhe nenhum de nós em particular; a graça nos toma a todos em seu seio e proclama anistia geral. Vejam! Aquilo que escolhemos nos é dado e aquilo que recusamos nos é igualmente, e ao mesmo tempo, concedido. Sim, que o que rejeitamos seja copiosamente vertido sobre nós. Pois que a misericórdia e a verdade encontraram uma à outra e a retidão e a bem-aventurança beijaram uma à outra!

Além disso, a personagem Babette merece um post só sobre ela. Mas no embalo do banquete, os deixo para o deleite com esse texto de Rubem Alves:
(Fonte: www.releituras.com)


A festa de Babette
Rubem Alves

Um dos meus prazeres é passear pela feira. Vou para comprar. Olhos compradores são olhos caçadores: vão em busca de caça, coisas específicas para o almoço e a janta. Procuram. O que deve ser comprado está na listinha. Olhos caçadores não param sobre o que não está escrito nela. Mas não vou só para comprar. Alterno o olhar caçador com o olhar vagabundo. O olhar vagabundo não procura nada. Ele vai passeando sobre as coisas. O olhar vagabundo tem prazer nas coisas que não vão ser compradas e não vão ser comidas. O olhar caçador está a serviço da boca. Olham para a boca comer. Mas o olhar vagabundo, é ele que come. A gente fala: comer com os olhos. é verdade. Os olhos vagabundos são aqueles que comem o que vêem. E sentem prazer. A Adélia diz que Deus a castiga de vez em quando, tirando-lhe a poesia. Ela explica dizendo que fica sem poesia quando seus olhos, olhando para uma pedra, vêem uma pedra. Na feira é possível ir com olhos poéticos e com olhos não poéticos. Os olhos não poéticos vêem as coisas que serão comidas. Olham para as cebolas e pensam em molhos. Os olhos poéticos olham para as cebolas e pensam em outras coisas. Como o caso daquela paciente minha que, numa tarde igual a todas as outras, ao cortar uma cebola viu na cebola cortada coisas que nunca tinha visto. A cebola cortada lhe apareceu, repentinamente, como o vitral redondo de catedral. Pediu o meu auxílio. Pensou que estava ficando louca. Eu a tranqüilizei dizendo que o que ela pensava ser loucura nada mais era que um surto de poesia. Para confirmar o meu diagnóstico lembrei-lhe o poema de Pablo Neruda "A Cebola", em que ele fala dela como "rosa d'água com escamas de cristal". Depois de ler o poema do Neruda uma cebola nunca será a mesma coisa. Ando assim pela feira poetizando, vendo nas coisas que estão expostas nas bancas realidades assombrosas, incompreensíveis, maravilhosas. Pessoas há que, para terem experiências místicas, fazem longas peregrinações para lugares onde, segundo relatos de outros, algum anjo ou ser do outro mundo apareceu. Quando quero ter experiências místicas eu vou à feira. Cebolas, tomates, pimentões, uvas, caquis e bananas me assombram mais que anjos azuis e espíritos luminosos. Entidades encantadas. Seres de um outro mundo. Interrompem a mesmice do meu cotidiano.

Pimentões, brilhantes, lisos, vermelhos, amarelos e verdes. Ainda hei de decorar uma árvore de Natal com pimentões. Nabos brancos, redondos, outros obscenamente compridos. Lembro-me de uma crônica da querida e inspirada Hilda Hilst que escandalizou os delicados: ela ia pela feira poetizando eroticamente sobre nabos e pepinos. Escandalizou porque ela disse o que todo mundo pensa mas não tem coragem de dizer. Roxas berinjelas, cenouras amarelas, tomates redondos e vermelhos, morangas gomosas, salsinhas repicadas a tesourinha, cebolinhas, canudos ocos, bananas compridas e amarelas, caquis redondos e carnudos (sobre eles o Heládio Brito escreveu um poema tão gostoso quanto eles mesmos), mamões, úteros grávidos por dentro, laranjas alaranjadas (um gomo de laranja é um assombro, o suco guardado em milhares de garrafinhas transparentes), cocos duros e sisudos, pêssegos, perfume de jasmim do imperador, cachos de uvas, delicadas obras de arte, morangos vermelhos, frutinhas que se comem à beira do abismo... Minha caminhada me leva dos vegetais às carnes: lingüiças, costelas defumadas, carne de sol, galinhas, codornizes, bacalhau, peixes de todos os tipos, camarões, lagostas. Os vegetarianos estremecem. Compreendo, porque na alma eu também sou vegetariano. Fosse eu rei decretaria que no meu reino nenhum bicho seria morto para nosso prazer gastronômico. Mas rei não sou. Os bichos já foram mortos contra a minha vontade. Nada posso fazer para trazê-los de volta à vida. Assim, dou-lhes minha maior prova de amor: transformo-os em deleite culinário para que continuem a viver no meu corpo. De alguma maneira vivem em mim todas as coisas que comi. Sobre isso sabia muito bem o genial pintor Giuseppe Arcimboldo (1527-1593), que pintava os rostos das pessoas com os legumes, frutas e animais que se encontram nas bancas da feira. (Dê-se o prazer de ver as telas de Arcimboldo. Nas livrarias, coleção Taschen, mais ou menos quinze reais).

Meus pensamentos começam a teologar. Penso que Deus deve ter sido um artista brincalhão para inventar coisas tão incríveis para se comer. Penso mais: que ele foi gracioso. Deu-nos as coisas incompletas, cruas. Deixou-nos o prazer de inventar a culinária.

Comer é uma felicidade, se se tem fome. Todo mundo sabe disto. Até os ignorantes nenezinhos. Mas poucos são os que se dão conta de que felicidade maior que comer é cozinhar. Faz uns anos comecei a convidar alguns amigos para cozinharmos juntos, uma vez por semana. Eles chegavam lá pelas seis horas (acontecia na casa antiga onde hoje está o restaurante Dali). Cada noite um era o mestre cuca, escolhia o prato e dava as ordens. Os outros obedeciam alegremente. E aí começávamos a fazer as coisas comuns preliminares a cozinhar e comer: lavar, descascar, cortar — enquanto íamos ouvindo música, conversando, rindo, beliscando e bebericando. A comida ficava pronta lá pelas 11 da noite.

Ninguém tinha pressa. Não é por acaso que a palavra comer tenha sentido duplo. O prazer de comer, mesmo, não é muito demorado. Pode até ser muito rápido, como no McDonald's. O que é demorado são os prazeres preliminares, arrastados — quanto mais demora maior é a fome, maior a alegria no gozo final. Bom seria se cozinha e sala de comer fossem integradas — os arquitetos que cuidem disso — para que os que vão comer pudessem participar também dos prazeres do cozinhar. Sábios são os japoneses que descobriram um jeito de pôr a cozinha em cima da mesa onde se come, de modo que cozinhar e comer ficam sendo uma mesma coisa. Pois é precisamente isto que é o sukiyaki, que fica mais gostoso se se usa kimono de samurai.

Quem pensa que a comida só faz matar a fome está redondamente enganado. Comer é muito perigoso. Porque quem cozinha é parente próximo das bruxas e dos magos. Cozinhar é feitiçaria, alquimia. E comer é ser enfeitiçado. Sabia disso Babette, artista que conhecia os segredos de produzir alegria pela comida. Ela sabia que, depois de comer, as pessoas não permanecem as mesmas. Coisas mágicas acontecem. E desconfiavam disso os endurecidos moradores daquela aldeola, que tinham medo de comer do banquete que Babette lhes preparara. Achavam que ela era uma bruxa e que o banquete era um ritual de feitiçaria. No que eles estavam certos. Que era feitiçaria, era mesmo. Só que não do tipo que eles imaginavam. Achavam que Babette iria por suas almas a perder. Não iriam para o céu. De fato, a feitiçaria aconteceu: sopa de tartaruga, cailles au sarcophage, vinhos maravilhosos, o prazer amaciando os sentimentos e pensamentos, as durezas e rugas do corpo sendo alisadas pelo paladar, as máscaras caindo, os rostos endurecidos ficando bonitos pelo riso, in vino veritas... Está tudo no filme A Festa de Babette. Terminado o banquete, já na rua, eles se dão as mãos numa grande roda e cantam como crianças... Perceberam, de repente, que o céu não se encontra depois que se morre. Ele acontece em raros momentos de magia e encantamento, quando a máscara-armadura que cobre o nosso rosto cai e nos tornamos crianças de novo. Bom seria se a magia da Festa de Babette pudesse ser repetida...


O texto acima foi publicado no jornal "Correio Popular", Campinas(SP), com o qual o educador e escritor colabora.Rubem Alvessua vida e sua obra estão em "Biografias".

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