Bom, o texto abaixo ajuda a entender um pouco o que é a geometria sagrada e assim a entender com mais facilidade alguns conceitos filosóficos, e o que talvez intuímos com o "sair do quadrado".
Gosto também de um video de um programa da TV Cultura, que explica muito bem sobre a matemática e a geometria, depois é só ir ampliando o conhecimento para a observação e para a filosofia...
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por Mariane Ambrosio
A historia conta que na Academia de Platão havia uma inscrição onde se lia: “Somente aqueles familiarizados com a Geometria podem ser admitidos aqui."
Na verdade, a Geometria vem da Matemática, dos números.
Temos conhecimento da Escola de Pitágoras, para quem tudo era número, que diz que o Universo se expressa através de Números.
Para ele existe O Um, a Mônada, a partir da qual tudo passa a ter existência. O Dois, a dualidade na sua forma mais pura, a simples polaridade do nosso mundo.
O Três é o número de Deus, da Divindade, santíssima trindade. O Quatro, o número do mundo material, da manifestação terrena, dos quatro elementos.
O conhecimento era sagrado e não podia ser revelado a não-iniciados, tal o poder que eles conferiam a quem conhecesse sua linguagem.

Podemos pensar na Geometria como a descrição gráfica do Universo.
Diferente da matemática, abstrata, a geometria tem forma, comprimento, profundidade e conteúdo, muito conteúdo.
Os antigos viam a Matemática e a Geometria como uma meditação sobre o Um Metafísico. Um esforço em contemplar e visualizar a ordem pura e simétrica que brota da Unidade. União do que é Matéria e do que é Espiritual, Divino.
O que era o Início? O que tinha no Início? Início de que? Início em qual Universo?
Mas num Universo tridimensional, sob a responsabilidade daquelas leis das quais o Tempo é uma delas, houve um Início. No Início era uma Força, o Não Manifesto, sem dimensão, sem tempo, sem espaço.
Mas é necessário que esta Força se manifeste no Tudo, já que Tudo ela contém. Para que esta Força saia da ausência de dimensão e se revele, ela precisa de um Ponto de Partida.
Nosso amigo ponto. Vocês já pensaram no que é um Ponto?
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O Ponto! Quantos significados diferentes damos para a palavra Ponto?
O ponto ainda não tem dimensão, nem tempo nem espaço, mas é necessário para a manifestação.
Contém a Unidade. Penso que dá para traçar uma analogia com Kether da Árvore da Vida: perfeito, auto-sustentável, eterno.
O foco de um círculo cujo centro está em todo Lugar e cuja circunferência está em lugar nenhum.
Da atuação desta força, surge a Linha.
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A linha é a 1ª Dimensão, o mundo unidimensional. O comprimento. A linha pode ser infinita e conter infinitos pontos (unidade).
Infinitas manifestações da unidade. Neste mundo já existe começo e fim; então, se considerarmos que a linha tem um Ponto de Partida, um Ponto Final e um intervalo entre estes dois, descobriremos que o número-chave do mundo unidimensional é o 3.
Vamos continuar imaginando que a Força está atuando em cada ponto da linha e vamos considerar um tempo igual para todos eles.

Nasce a 2ª Dimensão, mundo bidimensional. O número-chave desta dimensão é o 5, ou seja, linha de Partida, linha Final, lado direito, lado esquerdo e a superfície não revelada entre as linhas. Esta dimensão contém a anterior.

O número-chave do mundo tridimensional é o Sete, seis superfícies reveladas e um conteúdo não revelado. Nosso plano Setenário.
Esta dimensão contém as duas anteriores. Vejam, as dimensões maiores contém as menores. Podemos dizer que as maiores têm Consciência das menores, mas o contrário não se aplica.
Dá para dizer que a forma básica da matéria é o Cubo, cujo elemento constituinte básico é o quadrado.
Vocês sabem que a vida aqui da Terra é baseada no Carbono? A estrutura cristalina do Carbono é hexagonal, seis lados.

Retiraremos o Tetraedro, uma ponta, mas fica no cubo uma face que agora é um triângulo eqüilátero.
O triângulo é a representação simbólica de Deus. Seus pontos estão em harmonia, equilíbrio, não têm tensão. A distância é a mesma entre qualquer de seus pontos.
Então, dentro do Cubo está contida outra forma geométrica que obedece a leis diferentes. Dentro do Cubo, que é matéria, mundo tridimensional, está oculto o Eu Divino, a Essência Divina, o Triângulo.
Se continuarmos a “lapidar” este cubo - a matéria - chegaremos à forma geométrica da Pirâmide. Base quadrada e lados triangulares.
Observe as figuras:

Na primeira temos uma Pirâmide. Localize o centro de cada uma das faces e trace uma linha ligando estes centros nas faces adjacentes, ou seja, lado a lado. Você chegará ao Cubo...
Na segunda figura temos um Cubo. Faça o mesmo ... trace uma linha ligando os centros de cada face adjacente. Você chegará à Pirâmide.
Dirão alguns: simples geometria. E geometria bem bonita!
A diferença desta para a Geometria Sagrada é ir além da parte intelectual: é perceber.
Esta é a representação do homem que foi além. Não é mais um Cubo opaco, e sim um Cubo transparente, mostrando seu interior Divino, a Pirâmide.
Usa a base quadrada apenas para dar sustentação e revelação, manifestação no mundo tridimensional. A essência é Divina.
A Pirâmide, em termos de símbolo, quer dizer: Seres de Deus.
Falamos que o Cubo é a representação do homem material. Reduzindo uma dimensão, para entendermos melhor, um cubo aberto, tem duas representações possíveis.
Somos levados à Cruz. Símbolo do homem que crucificou seu Eu Divino no mundo tridimensional.

Pode representar, também, o Tempo e o Espaço, os dois grandes pilares de sustentação do tridimensional.
No Cubo Opaco o Divino não consegue se manifestar: o homem está preso às leis da matéria e morre nessa cruz.
Mas a morte não é definitiva; em algum momento o Eu Divino se erguerá sobre a Matéria.
Talvez esta tenha sido uma das mensagens que Jesus tentou nos passar há 2.000 anos. Nós é que estamos presos na Cruz.
Mas Ele mostrou que é possível morrer para a Cruz e se libertar dos grilhões do espaço-tempo retornando à Casa do Pai.
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